OPERAÇÃO MALIGNO
MP: secretários são suspeitos de receber 'mesadas' de cooperativas em AL
Advogado Frederico Benigno Simões, líder do grupo investigado, movimentou R$ 243 milhõesO Ministério Público de Alagoas revelou indícios de que secretários municipais recebiam "mesadas" de cooperativas investigadas na Operação Maligno, deflagrada na quinta-feira, 16. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 17,pelo promotor de Justiça Frederico Monteiro, que afirmou que não há investigação em andamento contra agentes públicos no momento.
Monteiro esclareceu que, embora não existam investigações sobre prefeitos, há indícios de apadrinhamento político em contratações em alguns municípios. Esses indícios serão analisados após a extração dos dados telemáticos das apreensões realizadas na operação. A primeira fase da operação visava desmantelar o núcleo privado do esquema, que movimentou R$ 243 milhões entre 2021 e 2023.
"Há indícios em alguns municípios de que talvez exista uma espécie de apadrinhamento político em algumas contratações, uma espécie de mesada para algum secretário, mas é inicial. Em relação a prefeitos, não existe nada apurado, nada sendo investigado em relação a isso", esclareceu.
O promotor ressaltou que a operação interrompeu provisoriamente a organização criminosa e que os municípios devem identificar funcionários das cooperativas para contratar diretamente ou por processo simplificado. Ao todo, 20 contratos com prefeituras alagoanas foram identificados por meio de extratos bancários, e o MP solicitou a suspensão cautelar desses contratos.
Entre os municípios envolvidos estão:
— Cajueiro
— Quebrangulo
— Porto de Pedras
— Feira Grande
— Pindoba
— Carneiros
— Olho d’Água das Flores
— Mar Vermelho
— Porto Real do Colégio
— Pão de Açúcar
— Estrela de Alagoas
— Tanque d’Arca
— Porto Calvo
— Taquarana
— Poço das Trincheiras
— São Luís do Quitunde
— Limoeiro de Anadia
— Senador Rui Palmeira
— Chã Preta
— Flexeiras
O líder do grupo, advogado Frederico Benigno Simões, adquiriu um Porsche vermelho do ex-jogador Daniel Alves, segundo o MP. Além de Simões, foram presos sua esposa, Hianne Maria da Costa Pinto, Alisson Barbosa Freitas, Betuel Ferreira de Souza e Silvano Luiz da Costa.
A principal empresa alvo da operação pertence ao casal apontado como líder da organização. A cooperativa de fachada oferecia serviços públicos essenciais, como coleta de resíduos, limpeza urbana, e profissionais de diversas áreas. O esquema visava desviar dinheiro público e promover o enriquecimento ilícito dos envolvidos.