A esposa do sargento Adriano Damásio Lopes, Estefanie Fernandes, detalhou como tudo começou na manhã desta quinta-feira, 16, quando um incêndio tomou o sexto andar de um hotel no bairro da Pajuçara, em Maceió, levando à morte do policial militar do Distrito Federal.

Estefanie é brigadista e contou em entrevista à imprensa que usou toalhas molhadas para ajudar a família a escapar, além de ajudar outras pessoas que estavam presas no local.

— Eu senti cheiro de fumaça e achei que era do celular que estava na tomada. Mas quando meu esposo abriu a janela, viu que tinha fumaça. Logo eu gritei que era incêndio. —

Estefanie contou ainda que, após cobrir o rosto, orientou a família até a saída, conseguindo retirar a filha e a sogra, além de ajudar outros hóspedes a sair do hotel.

— Eu vi uma mulher gritando dizendo que a irmã dela estava no quarto. Eu bati, disse que dava para sair e sinalizei a saída com o celular e conseguimos descer. —

O sargento Adriano também ajudou várias pessoas, mas não conseguiu escapar a tempo. O tenente André, do Corpo de Bombeiros, explicou que Adriano foi encontrado desacordado em um dos quartos.

— Ele ajudou muita gente, foi um ato de bravura. Mas infelizmente ele acabou inalando muita fumaça e o encontramos desacordado. —

Estefanie, que é brigadista, descreveu o momento em que tentou guiar os hóspedes pela espessa fumaça.

— Eu fiz um mapa mental do hotel. Usei a lanterna do celular para indicar qual era a saída porque tinha muita fumaça e a visão era muito turva. —

Em meio ao resgate, a esposa perdeu o contato visual com Adriano.

— Eu consegui retirar alguns hóspedes, mas meu marido correu e voltou e eu não consegui mais ver ele. Ele foi o último a ser resgatado e estava desacordado. —

A Polícia Civil iniciou as investigações sobre o caso, com a delegada Lucy Mônica. O incêndio começou no 6º andar do hotel, onde estavam 43 pessoas. A perícia ainda está sendo realizada, com o laudo sobre as causas do incêndio previsto para ser emitido em 30 dias.