A audiência de custódia do ex-presidente Fernando Collor foi realizada nesta sexta-feira, 25, em Maceió. Durante a sessão, Collor negou sofrer de doenças graves ou fazer uso contínuo de medicamentos — declaração que contraria a alegação feita por sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar converter a pena de prisão em domiciliar.

Ao ser questionado diretamente, o ex-presidente respondeu “não” ao ser perguntado se fazia uso contínuo de remédios ou se tinha alguma condição de saúde séria. A defesa, no entanto, havia informado ao STF que Collor, de 75 anos, é portador de Parkinson, apneia do sono grave e transtorno afetivo bipolar, o que exigiria acompanhamento médico e uso diário de medicamentos. Um atestado médico chegou a ser anexado ao pedido.

Collor está preso desde a madrugada desta sexta-feira, 25, após ordem de Moraes, relator da ação no STF. À noite, o Supremo formou maioria para manter a ordem de prisão. Votaram nesse sentido os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia e Dias Toffoli. No entanto, o julgamento não foi concluído nesta sexta, pois o ministro Gilmar Mendes pediu destaque e transferiu o caso para sessão presencial, que ainda será agendada.

A prisão marca o início do cumprimento da pena de 8 anos e 10 meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito de um processo da Operação Lava Jato.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, entre 2010 e 2014, Collor recebeu cerca de R$ 20 milhões em propinas para favorecer empresas contratadas pela BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, onde havia indicado diretores. A denúncia foi apresentada em 2015, quando ele ainda era senador, e a condenação foi confirmada pelo STF em 2023.