JUSTIÇA
Serial killer muda versão e nega assassinato de adolescente em júri
Ana Clara tentou se proteger ao entrar na casa de um vizinho, mas foi baleada
Durante júri nesta quinta-feira, 31, Albino Santos de Lima negou ter matado Ana Clara Santos Lima. Ele disse não conhecer a vítima, afirmou que estava em casa e contestou a perícia balística, dizendo que "nem tudo o que a perícia faz é a verdade".
O promotor Vila Boas questionou a mudança de versão, lembrando que Albino disse antes ter matado 20 pessoas. Perguntado se mentiu naquele depoimento ou neste, ele respondeu que não mentiu "nem lá e nem cá". O júri foi interrompido após a saída do advogado Geoberto Bernardo de Lima para uma outra audiência.
Uma das testemunhas relatou que Ana Clara tentou se proteger ao entrar na casa de um vizinho, mas foi baleada. O disparo ocorreu na frente do filho dela, que fez quatro anos e ficou traumatizado. O crime aconteceu em agosto de 2024, no Vergel do Lago.
A mãe da vítima, Piedade Wilma, chorou ao depor. Disse que a filha era quem a ajudava no sustento vendendo café e bolo. Contou que sentiu algo errado no dia do crime e só conseguiu ver os pés da filha quando chegou ao local.
Albino confessou o homicídio antes, mas a defesa pediu a impronúncia, alegando problemas psicológicos e inimputabilidade. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular por homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo torpe e sem chance de defesa.
O acusado foi identificado após investigação de crime semelhante contra outra jovem com perfil parecido ao de Ana Clara. Ele já foi condenado a 37 anos por matar um barbeiro e tentar matar outro homem e a 24 anos pela morte de Louise Gbyson Vieira.
O júri é presidido pelo juiz Yulli Roter, no Fórum da Capital. Albino afirmou que as provas da acusação são falhas e que não há imagens nem testemunhas diretas. Segundo ele, a ciência da balística seria inexata para comprovar o crime que nega ter cometido.