A amiga do piloto australiano Timothy J. Clark relatou em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta segunda-feira, 22, que comunicou às autoridades da Austrália, em março, o desaparecimento dele. Clark morreu na queda de um avião com 198 quilos de cocaína, em Coruripe, no litoral de Alagoas, em 14 de setembro.

A mulher, que não quis se identificar, disse ter solicitado à Polícia Federal Australiana e ao Departamento de Relações Exteriores uma verificação de bem-estar. “Fui eu quem começou a perguntar a todos [onde ele estava], e depois entrei em contato com as autoridades pedindo uma verificação de bem-estar”, afirmou.

Ela declarou acreditar que Clark se envolveu em um esquema de tráfico internacional sem conseguir sair. “Estou meio assustada com tudo. Essa história não começou esta semana para mim. Estou arrasada. Ele se viu em uma situação da qual claramente não conseguia sair”, relatou.

Ainda segundo a entrevistada, documentos e pertences de Clark na África do Sul já podem ter sido retirados. “Alguém precisa ir à casa e ao escritório dele e pegar suas coisas, seu telefone pessoal e outros cartões SIM antes que alguém os leve. Mas provavelmente já é tarde demais.”

A queda foi registrada após moradores da zona rural ouvirem um barulho de colisão. Policiais militares encontraram o monomotor no canavial. Além dos destroços, havia tijolos de cocaína embalados com um logo falso da empresa SpaceX.

De acordo com a Secretaria de Segurança de Alagoas, os destroços foram levados ao Aeroporto de Arapiraca e permanecerão sob custódia até autorização da Justiça Federal para destruição. As causas serão apuradas pelo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.