Hospital
Sinmed repudia nova proposta para entrega do Portugal Ramalho
Sindicato diz que Braskem deve cumprir acordo homologado e entregar prédio pronto ao Estado
A presidente do Sinmed, Sílvia Melo, diz que considera absurda a recente proposta de alteração nas cláusulas do acordo de entrega do novo Portugal Ramalho por parte da Brasken, após quatro anos de tratativas alinhadas com as diversas instâncias envolvidas.
“A mudança implicaria atraso ainda maior da obra, impondo mais sofrimento aos pacientes e seus familiares – isso sem falar em outros riscos, caso o Estado fique responsável por gerir o financiamento dos trabalhos”.
Ela enfatiza que há muito tempo o Sinmed vem pedindo providências para o grave problema do abandono aos pacientes psiquiátricos. “A saúde mental está à deriva em Alagoas, apesar da alta demanda e da urgência em investir na área. Desde o abalo causado pela mineradora, o HPR, o único da rede pública aberto 24 horas, e que já funcionava precariamente, piorou - não consegue cumprir sua função”, reconhece Sílvia Melo.
Ela acrescenta que a luta de todos sempre foi no sentido apressar a recuperação do hospital, não o contrário. “Não vemos com bons olhos a intenção, daí porque endossamos os protestos. Estamos fechados com a nota pública divulgada essa semana pelo Movimento Unificado dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Estado de Alagoas. Ainda bem que a própria DPU já ratificou a validade jurídica do acordo original, e está agindo no âmbito do STF para que nada seja mudado”, desabafou a líder da classe médica.
A nota do Movimento Unificado lembra que no acordo homologado pela Justiça Federal, em fase de execução e com prazo certo, a Braskem teria que indenizar o Estado "mediante a entrega do imóvel definitivo, incluindo obrigatoriamente a construção da nova edificação".
Na nova proposta, diz o Movimento, os recursos iriam para a conta única do Estado, que teria de licitar, executar e arcar com eventuais reajustes e acréscimos de obras. O Movimento alerta que, dessa forma, iria aumentar o prazo para construção do hospital, considerando os prazos processuais necessários aos entes públicos, e onerar os cofres públicos com eventuais reajustes e acréscimos de obras.



