JUSTIÇA
Homem que matou sogra e guardou corpo em geladeira é condenado em Maceió
Leandro dos Santos cumprirá mais de 31 anos de prisão; pai foi absolvido
O Tribunal do Júri da Capital condenou, nesta segunda-feira, 20, Leandro dos Santos Araújo, de 23 anos, a 31 anos, cinco meses e cinco dias de prisão em regime fechado pelo assassinato de Flávia dos Santos Carneiros, sua sogra. O crime aconteceu em março de 2024, quando o corpo da vítima foi encontrado dentro de uma geladeira abandonada em uma área de mata no bairro Guaxuma, em Maceió.
O julgamento ocorreu no Fórum da Capital e durou todo o dia. Leandro foi condenado por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e feminicídio, além de ocultação de cadáver. O pai dele, Ademir da Silva Araújo, que também estava no banco dos réus, foi absolvido após o conselho de sentença entender que ele agiu apenas para ajudar o filho após o crime.
Segundo as investigações, Flávia recebeu cerca de 20 facadas, a maioria no pescoço, e tentou se defender dos golpes desferidos por Leandro, que namorava sua filha adolescente. O corpo permaneceu por quatro dias dentro da geladeira na casa onde o crime foi cometido antes de ser descartado em uma área de vegetação.
A policial civil Vanessa Queiroz, da Oplit, relatou em depoimento que a equipe foi acionada após denúncia de que um eletrodoméstico abandonado poderia conter um corpo. “A geladeira estava lacrada e, ao verificar, confirmamos que havia o corpo de uma mulher dentro”, afirmou.
O caso foi descoberto após a apreensão da filha da vítima, que na época tinha 13 anos e acabou confessando participação no crime. O pai de Leandro admitiu ter ajudado o filho a transportar e descartar o refrigerador, mas negou envolvimento direto no assassinato.
Durante o julgamento, Leandro tentou justificar o crime alegando legítima defesa, dizendo que foi “possuído por uma entidade” após ser incentivado pela namorada a matar a mãe dela. O promotor de Justiça Marcus Mousinho, da 49ª Promotoria de Justiça da Capital, sustentou a tese de homicídio qualificado, destacando a crueldade e a frieza do crime.
Com a decisão, Leandro dos Santos Araújo permanecerá preso e deverá cumprir a pena em regime fechado. Já o pai, Ademir da Silva Araújo, deixou o julgamento em liberdade, após ser absolvido pelo júri popular.



