A CPI do INSS iniciou a análise do material obtido com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de Daniel Vorcaro, CEO e controlador do Banco Master. Considerado peça-chave nas investigações, Vorcaro é apontado como figura central em um esquema de fraude estimado em R$ 12,2 bilhões envolvendo a venda de créditos ao Banco de Brasília (BRB).

Os documentos começaram a chegar ao Congresso após a aprovação, na semana passada, dos requerimentos que autorizaram a quebra de sigilo do executivo. Relator da CPI, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) afirmou que Vorcaro terá de prestar esclarecimentos sobre operações do Banco Master relacionadas ao crédito consignado oferecido a aposentados e pensionistas do INSS.

Segundo O Globo, entre os materiais enviados à comissão estão mensagens trocadas por Vorcaro no aplicativo WhatsApp, já em análise por integrantes da CPI. O conteúdo permanece sob sigilo, com acesso restrito aos parlamentares que compõem o colegiado. As mensagens foram encaminhadas ao Congresso na última terça-feira (9) e abrangem um período superior a nove anos, entre janeiro de 2016 e novembro de 2025.

A quebra do sigilo telemático foi solicitada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que busca aprofundar a apuração sobre a atuação do Banco Master no mercado de crédito consignado. No requerimento, a parlamentar destacou que a instituição mantém acordo de cooperação técnica com o INSS e figura, de forma recorrente, entre as entidades mais reclamadas em plataformas oficiais de atendimento ao consumidor, sobretudo por problemas relacionados a empréstimos consignados, cartões consignados e reserva de margem consignável.

Segundo Damares, o objetivo da CPI é identificar falhas de controle, eventuais responsáveis e a destinação dos recursos envolvidos nas operações investigadas, além de apurar possíveis crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, corrupção ativa e passiva e concussão.

A depender do conteúdo das mensagens e dos dados bancários, a CPI pode abrir uma nova frente de tensão envolvendo o Banco Master e as conexões políticas e jurídicas de Daniel Vorcaro em Brasília. O avanço da comissão ocorre em meio à decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a paralisação das investigações que tramitavam na Justiça Federal, acrescentando um novo elemento de controvérsia ao caso.