RIO LARGO

Advogado chama prisão de GG pela Polícia Federal de "ato midiático"

Prefeito afastado do cargo é acusado de desviar R$ 20 milhões dos cofres públicos
Por José Fernando Martins 22/08/2022 - 10:27
Atualização: 22/08/2022 - 11:21
A- A+
Bruno Fernandes
Fábio Gomes, advogado do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves
Fábio Gomes, advogado do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves

Fábio Gomes, advogado do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves (PP), conversou com o EXTRA na manhã desta segunda-feira, 22, sobre a prisão do gestor afastado pela Operação Beco da Pecúnia, da Polícia Federal (PF). Gilberto foi preso hoje e encontra-se na sede da corporação, no Jaraguá, em Maceió.

"Recebemos a notícia [da prisão] com muita surpresa porque o pedido de prisão preventiva, que já tinha sido proposto anteriormente, havia sido indeferido pelo desembargador relator [da Justiça Federal]. Hoje, a PF promoveu um ato midiático. Desde o começo era isso que queriam, um troféu", criticou o defensor de GG.

O magistrado citado pelo advogado é Élio Wanderley de Siqueira Filho, do  Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF5). Disse ainda que: "a investigação tramita desde 2019 e o inquérito foi instaurado em 2021. Nunca solicitaram nenhum documento à prefeitura e partiram diretamente para uma busca de prisão em período eleitoral".relacionadas_esquerda

Gomes informou também que ingressará com pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao desembargador relator que decretou da prisão de Gonçalves com o objetivo de mostrar que as razões apresentadas pela PF seriam infundadas. 

GG está afastado do cargo por 60 dias. Sua esposa, Cristina Gonçalves assumiu o comando da cidade. O EXTRA publicou com exclusividade o relatório de investigação elaborado pela Polícia Federal sobre o repasse de recursos ilícitos ao prefeito.

Conforme a PF, havia ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município de Rio Largo, em favor de duas pessoas jurídicas, para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos, que teriam recebido do citado município o valor aproximado de R$ 20 milhões.

Nota da PF 

A Polícia Federal em Alagoas deflagrou hoje a segunda fase da Operação Beco da Pecúnia versando sobre a investigação de possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com recursos do FUNDEB e SUS, que teriam ocorrido no município de Rio Largo/AL, entre os anos de 2019 e 2022, cujas condutas teriam configurado os crimes previstos no art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67, art. 1º, da lei 9613/98 e art. 2º, §4º, II, da lei 12850/13.

Na data de hoje estão sendo cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no município de Rio Largo/AL. De acordo com a investigação, além dos crimes já referidos, identificou-se uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa, crime previsto no art. 2º, §1º, da Lei n. 12850/13.

Para o cumprimento das medidas estão sendo empregados 12 (doze) Policiais Federais nessa fase ostensiva da Operação. O nome da Operação (Beco da Pecúnia) é uma referência ao local onde a Polícia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas ao município de Rio Largo/AL logo após terem sido sacados por duas pessoas ligadas às empresas contratadas pelo município.

Publicidade


Encontrou algum erro? Entre em contato