RIO LARGO
Advogado chama prisão de GG pela Polícia Federal de "ato midiático"
Prefeito afastado do cargo é acusado de desviar R$ 20 milhões dos cofres públicos
Fábio Gomes, advogado do prefeito de Rio Largo Gilberto Gonçalves (PP), conversou com o EXTRA na manhã desta segunda-feira, 22, sobre a prisão do gestor afastado pela Operação Beco da Pecúnia, da Polícia Federal (PF). Gilberto foi preso hoje e encontra-se na sede da corporação, no Jaraguá, em Maceió.
"Recebemos a notícia [da prisão] com muita surpresa porque o pedido de prisão preventiva, que já tinha sido proposto anteriormente, havia sido indeferido pelo desembargador relator [da Justiça Federal]. Hoje, a PF promoveu um ato midiático. Desde o começo era isso que queriam, um troféu", criticou o defensor de GG.
O magistrado citado pelo advogado é Élio Wanderley de Siqueira Filho, do Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF5). Disse ainda que: "a investigação tramita desde 2019 e o inquérito foi instaurado em 2021. Nunca solicitaram nenhum documento à prefeitura e partiram diretamente para uma busca de prisão em período eleitoral".relacionadas_esquerda
Gomes informou também que ingressará com pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao desembargador relator que decretou da prisão de Gonçalves com o objetivo de mostrar que as razões apresentadas pela PF seriam infundadas.
GG está afastado do cargo por 60 dias. Sua esposa, Cristina Gonçalves assumiu o comando da cidade. O EXTRA publicou com exclusividade o relatório de investigação elaborado pela Polícia Federal sobre o repasse de recursos ilícitos ao prefeito.
Conforme a PF, havia ilegalidades nas contratações e pagamentos realizados pelo município de Rio Largo, em favor de duas pessoas jurídicas, para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos, que teriam recebido do citado município o valor aproximado de R$ 20 milhões.
Nota da PF
A Polícia Federal em Alagoas deflagrou hoje a segunda fase da Operação Beco da Pecúnia versando sobre a investigação de possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com recursos do FUNDEB e SUS, que teriam ocorrido no município de Rio Largo/AL, entre os anos de 2019 e 2022, cujas condutas teriam configurado os crimes previstos no art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67, art. 1º, da lei 9613/98 e art. 2º, §4º, II, da lei 12850/13.
Na data de hoje estão sendo cumpridos um mandado de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no município de Rio Largo/AL. De acordo com a investigação, além dos crimes já referidos, identificou-se uma atuação visando impedir ou embaraçar a investigação que envolve organização criminosa, crime previsto no art. 2º, §1º, da Lei n. 12850/13.
Para o cumprimento das medidas estão sendo empregados 12 (doze) Policiais Federais nessa fase ostensiva da Operação. O nome da Operação (Beco da Pecúnia) é uma referência ao local onde a Polícia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas ao município de Rio Largo/AL logo após terem sido sacados por duas pessoas ligadas às empresas contratadas pelo município.
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