diplomacia forçada

Lula evita confronto direto com Arthur Lira para preservar base eleitoral

Presidente recuou de retaliações ao Centrão e manteve aliados de Lira em cargos
Por Redação 19/10/2025 - 07:34
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Agência Brasil
O deputado federal Arthur Lira, do PP
O deputado federal Arthur Lira, do PP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu conter o ímpeto de retaliações políticas após a derrota sofrida com o vencimento da medida provisória que previa taxar aplicações financeiras, apostas e fintechs. O episódio, articulado por setores do Centrão, custou ao governo cerca de R$ 17 bilhões em arrecadação prevista para 2026 — mas Lula optou por não romper com as lideranças do bloco, especialmente com o deputado Arthur Lira (PP-AL).

Embora a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, tenha iniciado uma série de exonerações de indicados por parlamentares que não apoiaram a medida, o Planalto evitou atingir nomes ligados diretamente a Lira. O deputado, ex-presidente da Câmara e um dos políticos mais influentes do país, manteve o controle sobre cargos estratégicos, como o comando da Caixa Econômica Federal, de grande peso eleitoral.

Segundo a revista Veja, a cautela de Lula tem explicação: o presidente quer garantir estabilidade na Câmara para aprovar pautas econômicas e consolidar alianças que possam fortalecer sua candidatura à reeleição. A lembrança do embate entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha — que terminou em crise e impeachment — serve de alerta dentro do PT.

Nos bastidores, interlocutores do governo admitem que uma ruptura com Lira poderia paralisar votações e enfraquecer o Executivo em um momento decisivo para o equilíbrio fiscal e político. O Palácio do Planalto, portanto, escolheu a moderação: prefere administrar divergências com o Centrão do que arriscar uma crise institucional.

Com o mapa de votação da MP em mãos, o governo agora tenta recompor pontes e redefinir sua estratégia no Congresso, evitando novos atritos com Arthur Lira — figura central na engrenagem política de Brasília e peça-chave para o sucesso das ambições eleitorais de Lula em 2026.


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