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Avanço da PF pressiona Arthur Lira e projeta cenário adverso para 2026

Operação que investiga irregularidades em emendas parlamentares atinge ex-assessora
Por Redação 16/12/2025 - 06:00
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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP)
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP)

O avanço das investigações da Polícia Federal sobre o uso de emendas parlamentares ampliou a pressão política sobre o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e projeta um cenário mais adverso para suas articulações em 2026. 

A Operação Transparência, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, cumpriu mandados de busca e apreensão contra Mariângela Fialek, ex-assessora da Câmara dos Deputados ligada ao núcleo político do parlamentar.

A investigação apura suspeitas de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção envolvendo a destinação de emendas parlamentares. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), há indícios de atuação de uma estrutura organizada voltada ao direcionamento irregular de recursos do Orçamento da União. 

No despacho que autorizou a operação, Flávio Dino afirmou que existem elementos que apontam para a possível atuação da investigada sob ordens da antiga Presidência da Câmara, exercida por Arthur Lira, embora o deputado não figure formalmente como investigado até o momento.

O episódio ocorre em um contexto de desgaste político recente para Lira, que não obteve êxito na tentativa de avançar com a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara. A derrota foi interpretada nos bastidores como sinal de perda de influência do ex-presidente da Casa sobre a atual condução do Legislativo.

Aliados avaliam que, mesmo sem ser alvo direto da investigação, o envolvimento de uma ex-assessora em apurações dessa natureza aumenta a pressão institucional e política sobre Arthur Lira. 

A evolução do inquérito no STF e eventuais desdobramentos da Operação Transparência devem influenciar o ambiente político ao longo de 2026, ano-chave para a reorganização das forças no Congresso Nacional e para futuras disputas eleitorais. (Com o jornalista Carlos Andreazza, do Estadão)

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