colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

O voto consciente

28/07/2024 - 06:00
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Estamos em ano de eleições municipais. Os candidatos começam a telefonar ou a fazer visitas. Alguns tentam a reeleição. Precisamos conhecer todos. Saber o que fizeram e se respeitaram os eleitores. A grande maioria só pensa no povo nessa época.

Em Alagoas temos dois grupos fortes: Calheiros e Arthur Lira. Nas eleições municipais brigam para conquistar os prefeitos, pois se preparam para 2026. As verbas são enormes. Os presidentes de partido recebem o Fundo Partidário, milhões de reais, para distribuir como quiserem e com seus escolhidos. Os candidatos não ligados aos dois grupos pouco ou nada recebem. O que não existe no momento é o idealismo.

Aparecem nas pequenas cidades novas nomeações para as prefeituras. Os vereadores, amigos do chefe do Município, procuram as pessoas de família grande e dão emprego. Desde eleitos, prometem muita coisa e não cumprem. No ano de eleições começam a empregar gente. Talvez, depois do pleito, os empregos sumam.

Moro numa pequena cidade, vizinha a Maceió e acompanho o jogo político. O prefeito tem a maioria na Câmara Municipal e é ligado aos Calheiros. Paripueira melhorou um pouco, tomou um banho de asfalto e calçamento mal feitos que não resistem a uma pequena chuva.

O regime é meio duro. Se um servidor fizer uma pequena crítica ao prefeito e alguém levar ao conhecimento do edil, o pobre coitado perde o emprego. Todos devem rezar na cartilha do “dono da cidade”.

De vez em quando, um vereador da oposição muda de lado. Modifica a opinião e começa tudo novamente. O lado Norte de Alagoas está dividido entre dois donos e a oposição tem pouca chance de crescer.

Escolher um bom candidato é difícil! Tento acompanhar o desempenho dos políticos e só vejo a dança das cadeiras. Os prefeitos são sempre do mesmo lado. Não há mudanças.

Passo pela cidade, observo buracos no calçamento, lixo acumulado nas calçadas. Tento avisar pelas redes sociais e não encontro resposta.

Um exemplo: o Rio Sauaçuhy invadiu a praia quase até o centro da cidade. Um condomínio ao lado do meu realizou uma obra autorizada pelo IMA, se apossando ilegalmente de uma extensa faixa de areia pertencente à Marinha, prejudicando as edificações vizinhas. Lá se vão mais de três anos e nada foi resolvido. E a Prefeitura fecha os olhos para a absurda ocorrência.

Em Maceió, o JHC fez um bom governo. É candidato à reeleição e, pelas pesquisas, deve vencer com folga. Ligado ao Arthur Lira, não aceita a vice sugerida pelo amigo. Acho que a Jô Pereira seria uma boa candidata. Tem trabalhado bem por onde passou, mas isso parece nada valer para o jovem prefeito. Pode perder votos por sua teimosia.

O Governo de Alagoas está nas mãos do Paulo Dantas. Apesar de ter sido indicado pelo Renan Filho, não teve o sucesso de seu amigo político. Deixa muito a desejar. Creio que, politicamente, é meio fraco.

Ouço notícias de que o governador tenta juntar os dois grupos políticos de maior expressão no estado. Não sei se conseguirá. Só arranjará inimigos. O pior do Paulo Dantas é a briga com o pai, velha “raposa” do Sertão.

Vão chegando as eleições municipais e nós, eleitores, que acompanhamos a política pela imprensa, ficamos meio perdidos. Não vemos vereadores visitando os bairros, procurando saber o que o povo precisa. Eles deveriam dividir-se por área, fazendo levantamentos sobre saúde, educação, segurança e levar ao seu candidato a prefeito o que foi apurado. Outro exemplo: os ladrões estão soltos em Paripueira e não vemos reforço na segurança. A saúde melhorou um pouco, mas falta treinar os atendentes. E por aí vai!

O político deve se preocupar com o bem-estar do povo e não em arranjar emprego para alguns prováveis eleitores.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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