Encontro com Deus
O idoso fica intrigado quando acontecem casos dolorosos de perseguição. E ele, o velhinho, começa a procurar saber de onde vêm tantas maldades.
No momento em que acorda pela madrugada, tenta conversar com algo superior e quer saber por que está sendo perseguido. Qual o prazer que sente um procurador em prender o processo de uma idosa e evitar que seu dinheiro seja devolvido? Será que o moço obedece ordens de um superior? Será que quer aparecer? Será que conhece a verdade sobre a vida profissional da prejudicada?
O Brasil é um país de políticas sujas. As pessoas que estão no poder perseguem as que estão abaixo. A vingança é a palavra predominante em nossa terra. Alguém que foi condenado, se conseguir sobreviver, pensa logo em retaliar. Caso que está na mídia é o do Lula versus Bolsonaro. Quando o presidente fala no seu antecessor, os olhos brilham e ele range os dentes.
A vítima atual é o Collor! Não fez nada mais que os outros políticos fizeram. No momento, querem acabar com ele e toda sua família. A TV Gazeta perdeu a concessão da Globo, as filhas dele sofreram algo.
Nunca votei no Fernando Collor, mas fico perguntando a Deus se ele é pior do que a maioria dos políticos. Não entendo por que tanta perseguição. A maioria dos presidentes do Brasil, quando vira cidadão comum, começa a ser atacado, alguns são presos e vai chegar a um ponto em que ninguém vai querer governar o país.
Assisti, pela TV, ao sofrimento de Dilma Rousseff. Nunca vi tanta maldade! Alguns amigos foram a favor de sua cassação. Com a cara limpa viraram casaca e derrubaram a pobre mulher.
O próprio Lula foi preso, condenado. Depois a Justiça descobriu que estava tudo errado e ele voltou a ser presidente. Na minha sublime ignorância, nada entendi. Os falsos amigos voltaram a apoiar o Lula e ele, agora, quer acabar com o Bolsonaro.
Entrei no Poder Legislativo de Alagoas com 18 anos. Estou com 84 e nunca deixei de ser perseguida. Não entendo os motivos que levam os dirigentes a me perseguir.
Será porque sou sindicalista, trabalho pela categoria, deixei um patrimônio para os companheiros? Ou será porque luto pelas causas da categoria? Já conversei com Deus nas minhas noites de insônia e ainda não obtive resposta.
Talvez seja porque não sei bajular dirigentes. Sempre ajo e reajo de maneira aberta e direta.
O ambiente político é complicado. Para você subir precisa obedecer aos donos da Casa, bajular alguns e ouvir a seguinte ordem: “Sente em cima do processo da fulana e deixe ela ir à Justiça”. Não deve haver resistência; são ordens do “homem”.
É assim que funciona o Poder Legislativo de Alagoas, Casa que conheço desde 1958. Ou você cede às pressões dos “poderosos” ou vai ser perseguida por toda a vida.
E digo ao meu Senhor: que devo fazer? Bajular os donos da casa? Praticar atos errados? Concordar com tudo que a Mesa Diretora determina?
Ele, sábio, conversa comigo e diz: “Calma menina. Confie em mim. O poder é passageiro. Outros dirigentes virão e cumprirão a lei. Tentarão levar a Casa de Tavares Bastos para o caminho certo. Você já viu tanta coisa acontecer e ainda duvida de mim?”
Ele continua: “Vá dormir, reze pelos injustos, creia em mim e viva o resto de sua vida em paz. O dia deles está chegando!”
E conclui: “Eu existo. Não duvide!”
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA