Tempos nebulosos estes

Que o ex-presidente Bolsonaro ludibriou grande parcela da sociedade quando fingiu encarnar os valores da centro-direita “liberal e conservadora” para se eleger ninguém tem dúvida. Foram 4 anos de desgoverno, truculento e atrabiliário de um sujeito que nunca deu um dia de trabalho para o Brasil e atuou todo o tempo na tentativa de dar um golpe de estado e virar ditador. Nunca se viu isso nem mesmo na época dos militares, Que fingiam que tínhamos por aqui uma democracia (só que tutelada por eles).

Bolsonaro, reaça amigo de milicianos e do Centrão Ladrão (que já está encoloiado com o governo Lula) ao mesmo tempo em que permitia o “desfazimento” do Estado brasileiro, deixava seus “correligionários” roubar tudo o que pudessem. Ele precisa ser responsabilizado diretamente por todas as infâmias que cometeu e continua cometendo. É o que a Nação deseja – exceto os 3% de fanatizados da extrema direita.

Do outro lado da cena. A esquerda que invadiu o Congresso diversas vezes ocupando ilegalmente prédios públicos país afora, e que, a cada ida as ruas para protestar não só não impedia os black bock de sair vandalizando o que encontravam pela frente, como os defendia, pelos atos ilegítimos. Pois bem, é essa mesmo esquerda velha de guerra que nunca teve nenhum dos seus meliantes presos ou respondendo a processo por suas arbitrariedades, agora brada alto e bom som: não tem anistia! É bom lembrá-los que pau que dá em Chico também dá em Francisco. O PT não vai ficar eternamente no poder, daí...

Todos os jornais nos últimos dias estão dando manchetes sobre a prisão de quase 1.500 terroristas, na linguagem petista e de certa mídia (embora na Lei não exista tal denominação). Poderiam ser quem sabe, mais de 2.500, se os parentes e adjacentes dos milicos, os parentes e aderentes de políticos ou de membros do empresariado não tivessem “magicamente” ficado de fora das prisões por providenciais intervenções - que ninguém fala nem a mídia, nem os atuantes cobradores do “Sem Anistia”. Este país continua o mesmo valhacouto de sempre para o andar de cima. Prendem-se sempre e somente os ladrões de galinha que pagam o pato.

Não, não estamos defendendo bandidos. No meio dos inocentes úteis “os bucha de canhão” fanatizados por Bolsonaro e sua trupe de aloprados, lá estavam centenas de meliantes e para isso não é preciso ser expert em análise de multidões. Basta ver as fotos e vídeos para se perceber que havia sim, algumas centenas de marginais depredando (além de milicos deixando que a depredação fosse levada à termo) nos prédios de representação dos três poderes. Estes tem que sofrer os rigores da Lei. Assim como Bolsonaro, o líder e incentivador da balbúrdia.

E não um bando de aloprados (lembram como Lula classificou os bandidos da esquerda pegos com a mão na botija, numa operação contra o então candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, antes mesmo da operação lava-jato? Pois é...) que tem de tudo, de picolezeiro à donas de casas que, de fato, estavam presentes nas imediações do prédios depredados, mas claramente não participaram do quebra-quebra. No Estadão de ontem li um depoimento de uma advogada representante da OAB relatando sua visita a esse tipo de gente simples, a maior parte mulheres vindas do interior desse país, que lá estavam misturadas aos bandidos que trucidaram a Nação com seus atos insensatos. Imaginem que essa gente ludibriada ainda sonha que Bolsonaro viria “salvá-las”! (sic) da prisão, pense! Coitados e coitadas enganados miseravelmente pela quadrilha chefiada pelo ex-chefe de estado brasileiro.

Quanto às cerca de duas centenas de meliantes, estes devem continuar presos até o julgamento (será que haverá neste país de acordos por debaixo do pano? Afinal o atual presidente está solto graças a outro acordão no Supremo, mesmo depois de condenado nas três instâncias da justiça. Solto está respondendo de novo aos mesmos processos, mas anda arrotando por ai que foi inocentado). Não sei dos dois qual o maior concorrente do Pinóchio.

O que sabe-se é que Lula está, nesse caso das depredações, está se aproveitando, mas pegando o bonde errado. Bater de frente com os militares que não gostam dele, apenas engolem o “sapo barbudo”, não é boa coisa a médio e longo prazo. Como não é a total inação do governo da sua responsabilidade de “governar”, e menos ainda, ele ficar se escondendo por detrás do voluntarioso Xandão para ferrar com Bolsonaro e seus acólitos. Isso tem nome...

Tirante a confusão de Brasília, a extrema direita não desaparecerá com a derrota de Bolsonaro. Mas voltará a ser o que sempre foi: uma franja irrelevante da sociedade, como o é a extrema esquerda. O que este país precisa urgentemente é construir uma saída pelo Centro (sem o Centrão, os campeões do fisiologismo mundial).

Para tanto, é preciso dar respostas cabais ao gigante anseio da nossa sociedade por paz e crescimento, coisa que os dois grupos que aí estão nunca souberam ou quiseram encarar. Basta ver que Lula até agora sequer tem um plano para seu governo. Está na cabeça, diz ele. Queria entender como um sujeito semialfabetizado e com ideias arcaicas da esquerda mais pré-histórica, do tempo de Jó, mesmo, vai fazer para que a 13ª economia do mundo reaja através dos seus programas assistencialistas de sempre, vencidos e inócuos.

Para não irmos longe, veja o que ele está articulando com o seu famigerado Bolsa – Família: este país mantém uma “reserva de mercado” de votos equivalente a 104 milhões de pessoas (50% da nossa população) semianalfabetas e sem chances de avançar para outros patamares. E outro contingente de reserva de desempregados de 10 milhões de pessoas (não estão computados outros 20 milhões de subempregados ou desempregados sem chance de retomar seus empregos por conta da evolução tecnológica) num mundo que já adentra na Inteligência artificial (que exige alta qualificação das pessoas).

O próprio governo Lula fala que 33 milhões de pessoas estão passando fome neste país e a subnutrição atinge – pelo menos outros 30 milhões - que agradecem genuflexos quando conseguem fazer a sopa da noite (que muitas vezes é a comida do dia). São os subalimentados.

O governo Lula cujo plano tá na sua cabeça (sic!) até agora (e não acredito que o fará) não disse como vai fazer para elevar a nossa renda anual per capita (na faixa de US$ 7.500) que atualmente equivale a ¼ da renda anual do Mississipi, o estado mais pobre dos EUA. Afinal, ainda mais quando se sabe que há quarenta anos crescemos em média mixurucas 1% a.a...

Certamente o morubixaba petista deve achar que é coisa fácil, que num estalar de dedo e com a sua lábia de vendedor ambulante, vai fazer do Brasil uma potência mundial! Sinto decepcioná-los: não vai. Se por alguma máxima sorte nesses quatro próximos anos o Brasil crescer a 2% ao ano em média (ou seja dobrando a media de 40 anos), o que iriamos obter seria dobrar a nossa riqueza em 25 anos (mais uma geração inteira perdida, nesse interim). Ou seja: alcançar a metade da renda per capita do estado mais pobre dos States.

Isso, num mundo turbulento politicamente e em crise econômica, o que sinaliza dias difíceis este ano para o Brasil (a estimativa do crescimento do PIB oscila segundo as principais fontes entre 0,5% a 0,8% a.a.). E como teremos juros muito altos (para o BC tentar manter a inflação na meta), a dívida pública vai explodir, e não zerar como o sonhatico Haddad tentou vender na sexta-feira ao mercado e foi gozado à boca pequena. Esses vermelhos tomam a todos por idiotas e eles que quebraram o país são os únicos “sabidos”.

Haddad é sério candidato a bode expiatório de Lula logo, logo, assim que o “navio da economia” fizer ainda mais água que atualmente. Até por que a reforma tributária – seu grande sonho – se sair vai sair muito desvirtuada. São poderosos os interesses por detrás dela. E sem a RT, o país vai continuar a patinar no velho 1% de crescimento de sempre.

Tempos nebulosos nos esperam.

NB: na próxima semana vamos dar uma passada de olhos na gestão do governo de Alagoas que anda vendendo (continua) as mil maravilhas de Alagoas, quando o estado acaba de ganhar mais um título de campeão para se juntar aos outros: é o pior estado do Brasil em qualidade de vida, segundo o Instituto Trata Brasil (2022) com dados colhidos a partir do IBGE...