colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Arthur Lira e JHC sambam, Maceió dança

13/02/2024 - 06:00

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O prefeito JHC e o deputado federal Arthur Lira, na Sapucaí
O prefeito JHC e o deputado federal Arthur Lira, na Sapucaí

Alagoas conseguiu mais um feito negativo unânime: foi alvo de toda a mídia nacional que – sempre em tom crítico – rasgou mais uma das cortinas de silêncios e falsidades que ainda reinam nesta terra de Macunaímas. As fotos do Sr. Artur Lira e JHC estiveram em todas as primeiras páginas dos jornais deste país na segunda-feira. E não foi por uma boa causa.

Foram fotos que chocaram o país. O poder sintetizado pelo presidente da câmara federal e o prefeito de Maceió sambando com o dinheiro do maceioense, uma cidade pobre, sem recursos e que ainda por cima acaba de ser ludibriada pelo prefeito em um acordo criminoso feito com a Braskem que deixou, abandonados à sua sorte, 140 mil pessoas afetadas pelo desastre que aquela multinacional provocou em nossa Capital e – caloteira - se nega pagar a quem deve.

Confraternizaram alegres e sem nenhum constrangimento à vista de todo o Brasil com um dos maiores símbolos do poder paralelo deste país. Um bicheiro contraventor do Rio de Janeiro, preso várias vezes ao longo da sua “carreira” por seus crimes.

Foi uma gigantesca tapa na cara dos maceioenses. Uma tapa dupla. De Lira e JHC. Que mais uma vez zombam dos maceioenses ao sambarem na avenida o samba desafinado de uma nota de 8 milhões de reais pagos pelo suor dos maceioenses para que uma escola de samba liderada por um bicheiro criminoso que os dois, Lira e JHC, fizeram questão de participar do beija-mão ao contraventor.
Precisaram até para essa soturna “homenagem” a um bandido, de entrar na fila dos seus acólitos a quem o celerado dava preferência em recepcionar, antes das duas “autoridades”. Outro vexame nacional! Os dois esperando para que o bandido os atendesse!

Enquanto isso, em Maceió, no dizer do bloqueio e historiador Geraldo Magella “O prefeito “instagramável” tem procurado destruir as escolas de samba e blocos carnavalescos de Maceió. Quanto foi destinado de patrocínio as escolas de samba de Maceió para o carnaval 2024? Zero...” Diria que para dizer a verdade, o prefeito bancou um único bloco em Maceió de pessoas ligadas ao seu grupo político. Valor? 1 milhão de reais. Enquanto para o resto dos blocos e escolas de samba… nada.

Questionado pela Folha de São Paulo, no domingo (11), sobre a relação entre políticos e contraventores, o deputado afirmou que “a escola de samba é um movimento democrático”. Resposta cabal vinda do presidente da Câmara dos Deputados do Brasil. E mais não precisava dizer para se avaliar o quão mal estamos de “representantes”.

Se o beija–mão ao bicheiro dono da Beija Flor tivesse ocorrido décadas atrás, era certo que os dois, Lira e JHC iriam para o conselho de ética da câmara dos deputados em Brasília e da câmara de vereadores de Maceió e teriam muita dificuldade em se saírem bem desse “samba do desatino” protagonizado pelos dois.

A cassação seria a pena para os dois e na sequência, a responsabilização civil (para devolver o dinheiro mal usado) e criminal (para apurar a confraternização ostensiva e ao nível nacional com um dos maiores contraventores do país). Mas com essa súcia que tomou conta das casas legislativas deste país, não se espera nada além de nada.

Ninguém minimamente decente nesse país aguenta mais esse rouba, mas faz interminável que tomou conta da elite dirigente nacional, com exceções. Titulo desonroso inaugurado pelo Governador Ademar de Barros lá pela década de 1950 e depois seguido por seu pupilo Paulo Maluf (que até virou verbo: malufar = roubar) a partir dos anos 1970.

A orgia carnavalesca de Lira e JHC, “foliões” que acabam de orquestrar em Alagoas um dos mais escandalosos acordos entre um ente estatal e uma multinacional em todo o mundo, não é apenas uma desfeita com 1 milhão de maceioenses. É o retrato desumano e cruel de quem vendeu Maceió à Braskem pelas 30 moedas do Judas. E ainda deu 41% de “desconto” a quem destruiu parte da nossa cidade!

Essa operação financeira no mínimo duvidosa para este apoio à Beija-Flor é uma “estória” da carochinha que vem de longe: Em 9 maio de 2023, a prefeitura sinalizou, em publicação no diário municipal, a intenção de assinar um "termo de fomento" com a Beija-Flor, segundo a Folha de São Paulo, "tendo por objetivo precípuo o fomento ao turismo e à cultura maceioense". Imaginem os senhores que Maceió está lotada, segundo dados do próprio setor. Mas para a prefeitura precisa fomentar ainda mais o turismo. As pessoas vão chegar e ficar onde?

Uma mentira das grossas. Um argumento fraudulento! Uma piada de péssimo gosto! Parece (já que a Câmara de vereadores tá controlada) que o TCE já se mexe para puxar o fio da meada dessa safadeza. Esperemos que sim. Ou não?...

Tem mais: segundo o site Metrópoles “Ao anunciar o patrocínio, a prefeitura afirmou que os recursos seriam provenientes de captação via leis de incentivo e, veja só, de emendas parlamentares – Lira, como se sabe, é o grande senhor das liberações de emendas”. Daí...

E completo: cadê a captação dos incentivos fiscais? Outra lorota para enganar o maceioense. A grana saiu do suado dinheirinho dos alagoanos.

Tudo cheira a patifaria.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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