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Desfalque na saúde

23/01/2020 - 09:22

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Saúde pública, um caos que nunca acaba
Saúde pública, um caos que nunca acaba

Sobrou pra gente o financiamento do fundo partidário, sancionado semana passada pelo presidente Bolsonaro. A lei já está em vigor, mas se enquadra com folga no rol da imoralidade. Para manter o fundo o governo vai subtrair valores do minguado orçamento das políticas básicas, como da saúde pública, por exemplo. 

Desde 2017, quando a justiça eleitoral proibiu a doação de empresas para campanhas políticas, as alternativas propostas vinham sendo amadurecidas. Antes os empresários podiam ‘doar’, mas virou negócio escuso. A Justiça Eleitoral quis acabar a ‘farra’. 

O que muda? Talvez alguns personagens do poder econômico, e seus laranjas, saiam de cena, mas o dinheiro utilizado nas campanhas continua sendo nosso, aquele suado, oriundo dos impostos abusivos. Não nos serve de consolo o governo dizer que o valor destinado ao tal fundo de financiamento partidário está em conformidade com o mínimo legal. 

Sabemos que para criá-lo foi preciso sacrificar serviços importantes. Só na área da saúde teremos R$ 500 milhões a menos. Tem consolo pra isso? Não serve de consolo, também, o governo dizer que foi obrigado a sancionar o projeto para não incorrer na pena de descumprimento da lei eleitoral. O governo passa em cima da Constituição como um trator, viola a cidadania como um monstro (ou seria melhor dizer ‘como um insano’?) ..., mas tem o disparate de argumentar, nesse caso, que não pode desobedecer a lei eleitoral. 

A intenção do TRE, em dar basta na relação corrupta entre empresários e políticos, é até compreensível. O problema é que a solução encontrada penalizou ainda mais os que dependem das ações básicas que formam o esteio do desenvolvimento social. O prejuízo não foi só na área da saúde, mas também na educação, entre outras. 

Será que não tinha outra solução? Não haveria possibilidade de cortar nada nas contas que sustentam mordomias parlamentares, entre outros gastos supérfluos evidenciados em todas as esferas do governo? Fato é que foi aplicada a opção mais fácil, e isso todo mundo tá cansado de ver.

Deferência Extra 

Aldillany Maria, do Ifal/Arapiraca, e Nathália Vital, de Girau do Ponciano, mostraram que é possível aprender na escola pública, e deixaram a família emocionada com a nota mil na redação do Enem.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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