Usem palavras simples em construções elegantes
Texto de Ricardo Nogueira - Médico e Prof. da UFAL
Este conselho a nós nos legou o portentoso PADRE ANTÔNIO VIEIRA. Ninguém jamais se expressou com tanto requinte e precisão.
Por sessenta anos, precisamente de 1580 a 1640, o Espanhol foi o idioma preponderante em toda a Península Ibérica e territórios, com o domínio dos Felipes, do 2º ao 4º.
Uma vez restaurada a independência de Portugal, assumiu D. João IV. Para sua posse o Brasil enviou como representante plenipotenciário o jesuíta Antônio Vieira, exímio orador, diplomata inigualável.
O primeiro pronunciamento de Vieira diante da Corte Portuguesa deixou a nobreza estarrecida diante da versatilidade, correção e plasticidade com que o religioso manejava a Língua Pátria. Vieira fez com que todos voltassem a sentir orgulho de falar Português.
Antônio Vieira, da comunicação teve o principado, falou o comum com singularidade, o semelhante sem repetição, o vulgar com novidade, o sublime com clareza; foi discreto sem afetação, copioso sem redundância. Representou com tão viva energia, que foram desnecessárias as palavras por serem eloquentes as ações.
Degustem este trecho do Mestre Vieira: “as flores, umas caem, outras murcham, outras leva o vento; aquelas poucas que se pegam ao tronco e se convertem em fruto, só essas são as venturosas, só essas são as que duram, só essas são as que sustentam o mundo”.
Leiam os Sermões de Vieira.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA