É professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e cirurgião especializado em cirurgia digestiva. Graduou-se em medicina pela Ufal (1980) e é mestre em gastroenterologia cirúrgica pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp. Atua como docente e cirurgião na área de cirurgia digestiva da Ufal.

Conteúdo Opinativo

Fale e convença

07/11/2025 - 09:23
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Texto de Ricardo Nogueira - Médico e Prof. da Ufal

Não existe nada mais agradável do que ouvir quem tem algo interessante, educativo e prazeroso a transmitir. Também não há nada mais tedioso do que suportar quem nos faz perder tempo.

Vezes inúmeras, assistimos a aulas e conferências que em nada a nós nos acrescentam.

Antes de expor um tema, urge lembrar que só dispomos de cinco segundos para reter a atenção da assistência. De preferência, inicie com uma informação relevante ou um fato pitoresco. No corpo da exposição o assunto é tratado com mais vagar e sempre respaldado por exemplos práticos convincentes. Outro momento marcante é a apoteose do pronunciamento.

Segundo Leonardo da Vinci, a mais apurada sofisticação reside na mais absoluta simplicidade.

Notamos esse fenômeno tanto na dialética como na casa do homem do campo: de chão batido, rigorosamente limpa, onde se encontra apenas o indispensável: pote para água, coberto com pano imaculado, mesa para alimentação, catre para dormir. Assim também é a linguagem dos cidadãos rurais: escassos os termos, porém certeiros, apropriados, bastantes.

Franklin Delano Roosevelt, 32º presidente norte-americano, destacou-se como exímio comunicador por obedecer ao cânone: das palavras, as mais simples; das mais simples, as mais breves. Vieira fazia recomendação similar: utilize vocábulos do cotidiano em construções elegantes. Comumente dizemos: este prédio tem 200 anos. Vieira diria: este solar é duas vezes secular.

Já nosso Graciliano afirmava: palavras não foram feitas para brilhar como ouro fino, tão só as utilize para dizer, e só fale quando suas palavras suplantarem o seu silêncio.

Em resumo, um pensamento elegante é o que conquista a audiência por expressar a essência do assunto, obtendo de pronto a resposta dos interlocutores. Primem também pela simplicidade, pois tudo o que a agride incomoda, cansa, sobra. Tanto no falar como no agir, dá-se melhor quem se comporta sob a inspiração da simplicidade. Qualquer artificialismo é de imediato notado e rechaçado, mesmo que as pessoas não externem tamanha rejeição. Afinal de contas, estamos na Terra por pouco tempo para que nos julguemos detentores do que quer que seja. Todos os atributos devem ser encarados com máxima naturalidade, porque efêmeros.

Qual o segredo dos experts em comunicação para conquistar plateias? – O uso adequado do humor. O humor é o melhor fixador de informações, é a forma mais elegante de dizer coisas sérias, é a arma mais poderosa para descontrair plateias.

Em pleno Dia de Finados, uma idosa pergunta a alguém no ponto de ônibus:

– MOÇO, O QUE EU TOMO PRA CHEGAR AO CEMITÉRIO?

– Tome VENENO!

Mulher do povo vai à delegacia:

Dr. Delegado, meu marido saiu de casa ontem à noite. Disse que ia comprar ARROZ e até agora não voltou. O que é que eu faço?

– FAÇA MACARRÃO.

Diretora indaga:

– Joãozinho, que nome se dá a quem continua falando quando os outros não querem mais ouvir?

- PROFESSOR, Mestra.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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