ESTUDO CORONAVÍRUS

Alagoas tem situação menos grave na 2ª onda da pandemia

Atual status não permite, no entanto, que as pessoas relaxem nas medidas de prevenção
Por Tamara Albuquerque com (M) Dados 26/01/2021 - 07:09
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Prefeitura de Penedo
Distribuição de máscaras faciais na região rural, em Penedo
Distribuição de máscaras faciais na região rural, em Penedo

Os registros de casos do novo coronavírus não deixa dúvidas de que o Brasil está vivendo a segunda onda da pandemia. A média móvel de óbitos provocados pela doença chegou a 323,14, em 11 de novembro do ano passado, e agora está em 1.071. Devido a essa diferença, são quase 700 pessoas a mais perdendo a vida diariamente por causa do vírus, que muitos brasileiros ainda não leva à sério.

Segundo levantamento do (M) Dados, núcleo de jornalismo de dados do portal Metrópoles, o nível atual de falecimentos está no mesmo patamar observado em julho de 2020. Essa não é, entretanto, a realidade de todos os estados brasileiros.  O estudo analisou a curva de mortes causadas pela doença em cada unidade da Federação (UF) a fim de avaliar como está a situação por localidade. Alagoas, pelo registro de óbitos e infecções pelo coronavírus, apresenta situação menos grave neste momento do que o observado na primeira onda da pandemia. 

Neste grupo também estão o Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e o Tocantins. Mas a análise diz que isso não é motivo para relaxamento e que o menor número de óbitos atualmente não é garantia de que esse índice não venha a aumentar. 

Na Bahia, por exemplo, a média móvel de mortes está em torno de 32. A quantidade é menor do que a observada na primeira onda, que chegou a 73, mas é maior do que a registrada em outubro e novembro, quando estava na faixa de 20.

Segunda onda pior do que a primeira

Entre as UFs que mais estão sofrendo com a segunda onda de Covid-19, o Amazonas (AM) é o que mais chama a atenção. Esteve nas manchetes de jornais de todo o país em razão do colapso no sistema de saúde, quando chegou a faltar oxigênio hospitalar para pacientes internados com a doença. A média móvel de mortes no estado está acima de 100 desde 20 de janeiro e é a maior já observada no local.

Além do Amazonas, também estão nessa situação Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. O recrudescimento na quantidade de óbitos fez com que Belo Horizonte, capital mineira, voltasse a fechar todo comércio não essencial, assim como ocorrido durante a primeira onda.

“Devido ao afrouxamento das medidas preventivas, falta de distanciamento social, aglomerações, falta do uso de máscara, de fazer higienização da mão corretamente, observamos aumento assustador de casos no Brasil”, explicou o infectologista Julival Ribeiro. No Amazonas, por exemplo, o governo estadual não impôs medidas restritivas para as festas de fim de ano.

Segunda onda semelhante à primeira


Entre os estados em que a segunda onda se assemelha à primeira, estão Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Em maior ou menor grau, todos tiveram pico de mortes causadas pela Covid-19 em julho e agosto, queda na segunda metade de 2020 e repique a partir do último trimestre do ano passado.

Estar nesse grupo também não é bom. Um exemplo é Rondônia, que já sinalizou o esgotamento do sistema de saúde no estado, pedindo o envio de médicos e a transferência de pacientes internados para outras UFs. Além disso, o fato de a segunda onda não ter transposto a primeira não é garantia de que este grupo está isento de uma mudança no cenário. Qualquer outra dessas UFs pode passar pela situação de Rondônia, caso as medidas corretas para evitar o espalhamento da doença não forem tomadas.



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