CPI DA BRASKEM

Braskem podia ter previsto subsidências: 'faltou boas práticas', disse ANM

Diretor da agência respondeu positivo ao tentar 'sair pela tangente' em pergunta de Rodrigo Cunha
Por Tamara Albuquerque 12/03/2024 - 14:02
Atualização: 12/03/2024 - 22:02

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Senadores que integram a CPI da Braskem ouviram no final da manhã desta terça-feira, 12, o engenheiro de Minas da Agência Nacional de Mineração, Roger Romão Cabral, que assegurou como adequado a metodologia empregada pela mineradora para fechar as minas de sal-gema em Maceió. Segundo ele, o preenchimento das crateras com areia, da forma que vem sendo realizado pela empresa, é a técnica mais tradicional e eficaz para reduzir a subsidência.

Roger Romão foi questionado pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) se a Braskem, com a tecnologia e expertise de que dispunha, não poderia prever que a retirada de 750 mil caminhões de sal-gema das minas em Maceió acarretaria num problema no solo, como a subsidência. Numa tentativa de sair pela tangente, o diretor da ANM falou que "faltou boas práticas à Braskem", uma resposta que pode ser entendida como positivo. 

O engenheiro foi o último a falar na reunião da CPI da Braskem, que volta a se reunir nesta quarta-feira,13. O senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator do colegiado, encerrou os trabalhos desta terça-feira dizendo estar muito preocupado e que o quadro da tragédia em Maceió revela ao país uma falha sistêmica no campo da mineração. Ele perguntou como tudo aconteceu sem ser visto e se houve um apagão de acontecimentos. Criticou a competência dos órgãos que deveriam proteger à população e questionou onde estava o problema.

No início das oitivas da CPI, nesta terça-feira, o presidente da ANM, Mauro Henrique Moreira Sousa, disse que a Braskem recebeu 11 multas ao longo da atividade de mineração em Maceió, um valor de 40 mil reais. O quantitativo levou o presidente da CPI, Omar Aziz a ficar indignado e dizer: "R$ 40 mil, por todos os crimes ambientais cometidos pela Braskem, por toda desorganização psicológica? Isso ai o cara paga de multa de trânsito".

Conforme Mauro Henrique, a empresa foi multada por não prestar informações; prestar informações inadequadas e descumprir exigências feitas pela Agência Nacional de Mineração.

Já o diretor de Minas da ANM, Roger Romão Cabral, admitiu falhas da agência por falta de estrutura para fiscalizar as minas em Maceió. "Tem hora que falha".

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