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Lula decreta luto oficial de sete dias pela morte do Papa Francisco
Presidente destaca legado de amor, justiça social e defesa dos pobres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou luto oficial de sete dias em todo o território nacional, nesta segunda-feira (21), em homenagem ao Papa Francisco, falecido aos 88 anos. O pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio morreu às 7h35 (horário de Roma), o equivalente a 2h35 no horário de Brasília, encerrando um papado que durou quase 12 anos e marcou a história da Igreja Católica com simplicidade, empatia e forte compromisso social.
Primeiro papa latino-americano e o 266º sucessor de São Pedro, Francisco foi eleito em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave que sucedeu a renúncia de Bento XVI. Conhecido por sua postura crítica aos modelos econômicos excludentes, sua defesa dos marginalizados e sua atuação em pautas ambientais, o líder da Igreja Católica conquistou respeito mundial dentro e fora da religião.
Em nota oficial, o presidente Lula lamentou a perda e destacou o legado deixado pelo pontífice: “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos”.
Lula também mencionou o engajamento do papa nas questões climáticas e sociais: “Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças”. Segundo o presidente, Francisco “sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”.
Relembrando os encontros pessoais que teve com o pontífice ao lado da primeira-dama Janja da Silva, Lula declarou: “Nas vezes em que fomos abençoados com a oportunidade de encontrar o Papa Francisco, pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça”.
A primeira-dama também manifestou pesar pela morte do papa: “Acordamos com a triste notícia da partida do nosso amado Papa Francisco. Ele, que diariamente viveu para pregar a fraternidade, a solidariedade e a paz entre os povos, nos deixa hoje, mas seus ensinamentos seguem em nossos corações para sempre”, escreveu Janja nas redes sociais.
A comoção com a morte do papa uniu líderes políticos de diferentes correntes ideológicas no Brasil. O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou que o falecimento de Francisco representa um momento de reflexão: “Para o Brasil e o mundo, a figura do Papa sempre foi sinal de unidade, esperança e orientação moral”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), relembrou com emoção a missa que presenciou no Vaticano em 2019: “Essa experiência me deixou uma marca profunda. Papa Francisco foi um líder espiritual de grande coragem, que pregou o respeito, o perdão e a caridade”.
Na Câmara dos Deputados, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) exaltou o papel reformador de Francisco dentro da Igreja: “Foi o papa que abriu a Igreja e a colocou no século XXI. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos”.
Outros ministros também manifestaram pesar. Fernando Haddad (Fazenda) chamou o papa de “exemplo de vida”, enquanto Flávio Dino (STF) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) destacaram sua atuação em favor da fraternidade, do meio ambiente e dos mais pobres.
A morte de Francisco inaugura um novo momento na história da Igreja Católica. Nos próximos dias, o Vaticano se prepara para os ritos fúnebres e o início das articulações para o conclave que escolherá o novo líder da Igreja. Enquanto isso, o mundo chora a perda de um papa que foi, acima de tudo, um símbolo de compaixão em tempos sombrios.