POLÍTICA

Renan deixa CPI da Braskem após não ser escolhido relator

Senador não concorda com a escolha de Rogério Carvalho e afirma que “mãos ocultas” vetaram seu nome
Por Redação 21/02/2024 - 18:47

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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse nesta quarta-feira, 21, que vai se retirar da composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os danos ambientais causados pela Braskem em Maceió. O senador tomou essa decisão por não ter sido escolhido o relator da chamada CPI da Braskem.

 O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM) escolheu o senador Rogério Carvalho (PT-SE) como relator, visto como “mais neutro” para estar à frente dos trabalhos, e pediu a compreensão de Calheiros. O senador alagoano disse não concordar com a decisão, pois foi o responsável por colher as assinaturas necessárias e entrar com o pedido de criação da CPI, e discursou contra a preferência por Carvalho.


“Mãos ocultas, mas visíveis, me vetaram na relatoria”, afirmou Renan durante a sessão. No Instagram, o senador publicou: “diante de manobras na tentativa de domesticar a CPI, decidi não participar da Comissão". 

Depois de afirmar que estava deixando a comissão, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que é vice-presidente da CPI, ofereceu o cargo ao colega. Calheiros, no entanto, disse na saída a jornalistas que não vai aceitar. Rogério Carvalho está programado para apresentar o plano de trabalho da comissão na próxima terça-feira, 27, às 10h.

Escolha considerou a preocupação com a "imparcialidade"

A CPI foi oficialmente estabelecida em dezembro de 2023. Durante a organização do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM) foi eleito presidente, e Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-presidente. A disputa pela relatoria se acirrou em dezembro, com Calheiros alegando que, por ser natural de Alagoas, possuía mais legitimidade para conduzir as investigações sobre o assunto.

Contudo, membros do colegiado expressaram preocupação de que sua atuação como relator pudesse comprometer a imparcialidade dos trabalhos, principalmente porque Calheiros presidiu a empresa Salgema, que, após fusões, transformou-se na Braskem em 2002.

Além disso, Calheiros é rival político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), com quem divide o mesmo reduto eleitoral. Como o governo tem relação com os 2 congressistas, não gostaria que a CPI levasse a divergências maiores.

A comissão pode ter como alvo o prefeito da capital alagoana, João Henrique Caldas (PL), que já foi criticado por Renan devido aos estragos causados pela Braskem. A depender das investigações, a popularidade de Lira em seu estado pode ser afetada.

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