colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Afilhada, amiga ou filha do coração?

11/12/2023 - 15:08

ACESSIBILIDADE


O velho sindicato já passou dos 30 anos! Desde 1989 formamos um grupo forte e fundamos nossa entidade. Tínhamos uma associação e a Constituição Estadual daquele ano nos deu o direito de criar o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Legislativo de Alagoas.

Vários companheiros, revoltados com a situação em que vivíamos, sem poder entrar na Justiça, reclamar nossos direitos, sendo ameaçados pelas diferentes Mesas Diretoras, resolveram reunir suas forças com o respaldo de toda a categoria, em torno da nova entidade.

Comecei então a acompanhar uma jovem companheira se interessando pelo sindicalismo. Juntou-se a nós e ingressou na diretoria do Sindicato, exercendo vários cargos. No fim de meu terceiro mandato (fui vice-presidente e presidente), sofri várias injustiças e ela me defendeu em todas as ocasiões, juntamente com outro colega.

Eu sempre dizia a ela: Vá se preparando, seu dia chegará. Num belo momento, depois de algumas gestões desastrosas, recuperamos a direção do velho sindicato. Elegemos pessoas do nosso grupo e minha amiga foi eleita presidente. Encontrou uma situação difícil, mas ainda havia o patrimônio que construímos. E lá se foi a jovem guerreira recuperar o tempo perdido. Foi árdua sua luta. Diferente de mim, tinha paciência com as Mesas Diretoras, sabia lidar com as mazelas dos senhores deputados, lutava pela melhoria dos servidores.

Foi reeleita com excelente votação, assistiu com tristeza à venda da Copamedh, viu nosso patrimônio diminuir, mas foi lutando como podia, pelo bem estar dos funcionários da Casa.

No fim de seu segundo mandato, adoeceu gravemente e, mais uma vez, provou que lutaria para recuperar sua saúde. Passa por um sério tratamento, está sempre otimista, administrando os efeitos colaterais e segurando na mão de Deus, que alimenta sua fé. Diria que não se assusta com os efeitos dos medicamentos utilizados.
Falo diariamente com ela e me surpreendo com sua coragem. Hoje é diretora Administrativa e Financeira do velho sindicato e quando penso que está fraca, reaparece firme e forte cuidando das obrigações. Assusto-me até!
O ambiente político é severo, injusto e muito concorrido. Tem sofrido muitas injustiças de pessoas maldosas que tentam derrubá-la. Ela resiste e segue em frente. Conversamos muito e digo sempre a ela: Não se abale com maldades; lembre-se que sua saúde é prioritária.

Continua mantendo contato com a Mesa Diretora que também não é muito receptiva a todos nós. O presidente é rígido, instável e não nos trata com benevolência. Tudo é como ele quer e os servidores ativos e inativos sofrem com as incertezas da atual gestão. Ela fica entre a cruz e a espada, pois para alguns servidores é melhor criticar o sindicato e elogiar os deputados.

Hoje, aos 56 anos, com uma filha adolescente, não para de trabalhar, mesmo enfrentando novos remédios que poderão curá-la. Na verdade, tem encontrado amigos e amigas entre os companheiros, mas ainda sofre perseguições, injustiças e maldades. Entretanto não esmorece e cria sua filha com bastante equilíbrio. A menina é estudiosa e, se Deus quiser, será uma boa médica.

Atualmente considero nossa sindicalista uma filha adotiva. Procuro lhe dar conselhos, acompanhando sua doença, seu trabalho, seu sofrimento. E quando necessário, mostro o perigo que corre. Recentemente fui convidada para ser sua madrinha de crisma na Festa de Santo Amaro. Fiquei emocionada e vou cumprir minha missão.

Zilneide Lages, amiga, afilhada e filha do coração: você vai ficar curada pela Graça de Deus.
Ele existe. Não duvide!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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