Alegrias e tristezas
A idade me permite viver momentos bons e tristes. Chegar aos 84 anos lúcida, podendo trabalhar, cuidar de minha casa, olhar sempre o sindicato e administrar os amigos certos.
Recentemente, um irmão mandou para mim um vídeo de uma menina que via seu irmãozinho nascer e conversava com ele, procurando cuidar dele. “Lembrei-me de você”, diz o quase idoso. E eu chorei de alegria lembrando bons tempos idos.
Semana passada, no dia da eleição do “Velho Sindicato”, que não quis ser “novo” em mãos erradas, soube que uma companheira, meio gaiata, fez uma música com meu nome e não teve coragem de cantá-la e dançar em minha presença. Ficou no meio da rua dançando e cantando. Se eu tivesse visto, gravaria a encenação e mandaria cópia para a Rede Globo. Ela seria contratada, com certeza, pela riqueza da alegoria.
Eles são milhares no Brasil, exatamente aqueles que se apresentam como católicos e principalmente evangélicos. Alegam que o papa Francisco era comunista, apoiando os gays, negros, indígenas, mulheres, os imigrantes, a reforma agrária e os sem-
Em compensação, revi amigas e amigos, que me abraçavam. Uma antiga opositora apertou a minha mão, dizendo: “Aqui estou para votar na Chapa 1; pela segunda vez vou votar na sua chapa”. Eu repliquei: É a vida, minha amiga.
Foi um dia maravilhoso que passamos no “Velho Sindicato”, ouvindo histórias, revendo amigos, observando os outrora amigos que se passaram para o lado contrário. Ao meio-dia, pelo número de votantes de nossa chapa, de abraços que recebíamos, já notávamos que a vitória seria nossa.
Outro instante lindo que me fez chorar foi a homenagem feita à Zil. Uns riam, outros choravam e sabíamos que ela estava presente. Sua mãe agradeceu aos amigos da companheira querida, que nos deixou tão cedo.
As agressões, os xingamentos e as gritarias foram momentos tristes. Mas, como sou uma velha senhora, não saí de meu lugar, onde pude rever e abraçar os amigos. E ainda ganhei presente!
Uma querida prima que sempre votou conosco, resolveu votar na outra chapa. Ficamos juntas o dia todo, pois entendemos que nada alteraria a amizade familiar. E ainda ganhei bolo!
Provamos aos companheiros da “Velha Assembleia Legislativa” que não quer ser “nova”, sermos um grupo forte, lutando pelos servidores, acionando a Justiça, enfrentando dificuldades, mas que não desiste de lutar. Não vou citar nomes dos elementos do grupo, para não correr o risco de esquecer ninguém. O Henrique Lopes, nosso presidente, representará todos eles.
Estou impressionada com a prisão de Collor! Nunca votei nele, mas, o irritante é que a Lava Jato foi anulada para vários políticos. Só serviu para ele? E os outros? Tristeza!
Roubar é crime, mas roubar aposentados e pensionistas do INSS, idosos e doentes, é muito pior. O escândalo atual com o assalto aos salários deles é para acabar com qualquer governo. Não acredito que os valores sejam devolvidos aos pobres inativos. Triste notícia para o Brasil!
E por falar em Brasil, o que o governo federal está fazendo com os servidores civis e militares? Reajustes ridículos. Os bons profissionais estão indo para a iniciativa privada. Triste a decadência do serviço público federal.
Em Alagoas a situação é parecida. Os reajustes não passam de 5%! O presidente do Legislativo deveria conceder 12,98% para cobrir as perdas de um longo processo. Seria uma grande alegria!
Mas, entre médicos e laboratórios, a velha senhora vai bem, graças a Deus. Fazendo amigos, perdendo amigos, entretanto lutando pelo que acredita, sem trair ninguém, esperando dias melhores.
Alegrias e tristezas são normais e o segredo é administrar a vida, curtir filhos, netos e bisnetos.
Uma pergunta intrigante sempre aparece: o que falta hoje à velha senhora? Tristemente ela responde: Meu filho João, que Deus levou!
Ele existe! Não duvidem!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA