colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

É bom ter amigos

19/08/2024 - 14:04
Atualização: 19/08/2024 - 14:05

ACESSIBILIDADE


Vamos ficando velhos e valorizando uma boa amizade. Talvez porque amigos são necessários durante a vida toda.
A pessoa que gosta de você, aceita seus erros, diz a você onde está a falha, mas o defende em qualquer circunstância.

No ambiente escolar vamos escolher quem é amigo, ou quem é colega. Em idade infantil fica difícil fazer tal seleção. Mas com o passar do tempo, vamos escolhendo os verdadeiros amigos. Na maturidade é fácil abraçar os que nos abraçam.

Na Assembleia Legislativa é bem difícil saber com quem podemos contar, entretanto, depois de quarenta anos de serviços prestados, conseguimos contar com irmãos e irmãs de coração. Da mesma maneira, por causa de embates políticos, sofremos grandes decepções. Criaturas ditas amigas do coração se influenciaram por outras pessoas e se bandearam para o lado errado. Perdemos pseudo amigas.

Na família o problema é mais sério. Depois do bom exemplo de irmão que tivemos entre meu pai João e meu tio José, na geração seguinte tudo virou um desastre. Perdemos bons amigos que resolveram “dar um tempo” à amizade. Tal fato nunca entendi. A geração que veio logo depois sofreu com a separação e tudo se tornou mais difícil. No momento, só Deus para consertar tantos erros!

Recentemente, saindo do elevador de um prédio comercial, encontrei uma grande amiga. Esquecemos tudo o que tínhamos de fazer naquele dia. Sentamo-nos num banco do saguão e fomos conversar. Ela me deu carona após o papo e, no fim de tudo, disse: “Devo-lhe um grande favor e não me esqueço disso”. Vi lágrimas em seus olhos e eu saí chorando.

Outro dia, fui a uma Missa de Sétimo Dia de uma grande amiga. Lá encontrei uma parenta querida, que está afastada de mim. Demos um adeusinho sem graça e não nos abraçamos. Sinto falta dela.

No Dia dos Pais, outra parenta que quase foi nossa filha, escreveu: “Feliz Dia dos Pais, Bião” (referindo-se ao meu marido). Temos certeza que sente falta do amor que deu e recebeu durante tantos anos. Deus a abençoe sempre e faça com que reflita sobre os erros por ela cometidos.

Falando de coisas boas: na semana do Dia dos Pais, lembramo-nos de Platão e Nelba. Dois irmãos amigos, com os quais convivemos até que Deus os levou. Devem estar num bom lugar. Aqui na terra eu e Rubião olhamos pelos filhos deles.

Com a luta pelo “Velho Sindicato” ganhei uma nova filha. Convivemos há mais de trinta anos e fortalecemos laços de uma sincera amizade. Nos bons e maus momentos estamos sempre juntas. Abençoo-a diariamente.
Minhas duas filhas estão presentes na nossa vida, sempre. Quando digo que estou ficando velha, elas riem e se intitulam cuidadoras ou assessoras. Como moram em outras cidades, ligam todos os dias e nos visitam sempre.
O filho residente longe, liga sempre e procura ser atencioso. Se precisarmos dele, saberemos que poderemos contar com sua atenção. É um verdadeiro amigo.

Há, entretanto, no seio familiar, sobrinhos prestativos, atenciosos, com os quais podemos contar. Procuro visitá-los em outras cidades e acompanhar a vida deles.

E vamos caminhando com altos e baixos, perdas e ganhos. O importante é saber com quem contar e a quem poderemos ajudar.

Dou um doce a quem adivinhar quem é meu maior amigo e o grande amor de minha vida.

Não é bom ter amigos?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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