colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Nada foi feito

25/08/2024 - 06:00

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O Brasil é um país complicado. As leis não são respeitadas. Os políticos fazem o que querem. Os governantes não respeitam a Constituição.

Desde que assumiu o governo, Lula faz viagens internacionais, levando centenas de pessoas e hospedando-se em hotéis caríssimos. Depois, Haddad vem a público dizer que foi gasto muito dinheiro e que o país não aguenta mais. No entanto, até o presente momento, nada foi feito!

O fim do governo Bolsonaro foi uma loucura: gente gritando nas portas dos quartéis, criaturas pedindo eleições limpas. Bolsonaro saiu do país e, finalmente, aconteceram os fatos mórbidos de 8 de janeiro. Um só ministro do Supremo tomou a si a responsabilidade de prender centenas de pessoas, que foram indiciadas e algumas ainda estão presas. Até idosas que faziam crochê na porta dos quartéis foram presas também. E até hoje, nada foi feito!

Querem, a todo custo, prender o Bolsonaro. Incansavelmente, a mídia, paga com verbas públicas, anuncia fatos negativos atribuídos ao ex-presidente: contrabando de joias, cartões de vacina falsificados e outras tantas denúncias. Até agora, ninguém prendeu o capitão. O ministro continua perseguindo-o, já cassou o coitado, mas ele continua fazendo campanha eleitoral por todo o Brasil. Em outras palavras: nada foi feito!

O filme atual é cortar as emendas do Congresso Nacional. Faz muito tempo que os parlamentares recebem milhões e destinam para onde e como querem. Outro ministro do Supremo resolveu suspender as emendas. Reuniões e reuniões aconteceram entre os membros maiores dos 3 Poderes. Ameaças surgiram de todos os lados. Imagino eu o fim de tudo: nada será feito!

Todos os anos vejo, a partir de setembro, no Diário Oficial, que os membros da Justiça recebem valores altos de um tal fundo. Eles, os membros da Justiça, são premiados. Uma espécie de Papai Noel antecipado. Todos falam, todos criticam, mas nada é resolvido.

O atual presidente da República foi sindicalista em São Paulo. Participou de várias greves, lutou por reajustes salariais. Hoje está do outro lado da história. Quando da greve das universidades, ouvi uma entrevista dele dizendo: “Eles pedem o que querem, eu dou o que posso”. E deixou os professores e os servidores das universidades com um reajuste ínfimo e promessas vãs. Nada foi feito!

A imprensa publicou que os diplomatas entrariam em greve, pois estavam com salários baixos. É a primeira vez que vejo isso acontecer. Aguardo notícias pela TV e quero ver o que o torneiro mecânico vai fazer com os diplomatas. Talvez, depois, eu diga aos meus leitores: nada foi feito!

Em Alagoas, os reajustes salariais são ridículos, não passam de cinco por cento anualmente. O governador estuda não sei o que e conclui que só pode conceder misérias. E ninguém diz nada!

No Poder Legislativo, a conversa é a mesma. Diz o presidente aos sindicalistas: “Vamos aguardar o reajuste do Estado”. E ainda divide a porcaria em duas vezes. O Imposto de Renda absorve o parco reajuste e para os servidores resta dizer: nada foi feito!

Existe no Legislativo um fenômeno interessante: a maioria dos funcionários ativos já passa dos cinquenta anos e estão se aposentando. O quadro dos ativos está encolhendo e o dos comissionados crescendo. Não se fala em concurso e vai se repetir o que já acontece em outros estados: dentro de pouco tempo, só haverá comissionados. E aí perguntamos: por que tudo isso acontece?

E o Brasil vai andando, os políticos vão gastando, o serviço público encolhendo, as benesses se sucedendo, os padrinhos alimentando os afilhados e as mesmas criaturas se elegendo por conta do Fundo Partidário, saído de nossos bolsos. O importante é desatar os nós do país. Não adianta fazer reuniões!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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