Educação: o epicentro da catástrofe nacional
A educação brasileira esconde uma realidade catastrófica. Longe de ser um motor de desenvolvimento, o sistema opera como uma indústria de precariedades, gerando escolas desprovidas de tudo, docentes despreparados, milhões de analfabetos funcionais e diplomas sem valor. Do ensino básico ao superior e às especializações, presenciais ou à distância, a qualidade é alarmantemente rasa, comprometendo o futuro do país e dos seus cidadãos. Vejamos o caso da educação básica, o centro do epicentro de nossa tragédia opera como máquina de precarização, jogando milhões no limbo do não-saber.
A “fábrica de aprovações” empurra para o fracasso: a idade-série atinge mais de 20% dos jovens. As notas médias são patéticas, despejando o Brasil entre os últimos do mundo. Milhões concluem ciclos sem capacidade mínima, alimentando o drama do analfabetismo funcional. É um modelo que beira o crime: produz ignorância em massa, assassina o futuro de nossa gente e breca saídas ao país. Enquanto isso, o ensino médio, a continuidade do funil da desilusão, deveria preparar, mas o que faz é esmagar sonhos e aniquilar futuros. A taxa de abandono escolar no ensino médio público é escandalosa, expulsando milhares. O Ideb pífio de 4,3 é a chocante realidade de que 95% dos alunos saem sem proficiência adequada em Matemática e 92% em Português. São o atestado da falência da educação no Brasil. Não são formados, são descartados: despreparados para o mercado, o ensino superior e para a própria vida.
O ensino superior em nosso país é uma máquina de descartar despreparados no mercado, uma vez que este país tem apenas 6% de pessoas plenamente alfabetizadas. Falar em qualidade nesses segmentos é como chover no molhado: o Enade revela que 85% dos cursos são avaliados como medíocres. A EAD só amplifica o desastre: apenas 6 de 692 (0,9%) “escolas” alcançaram nota máxima. Universidade e EAD são indústrias de diplomas que empurram anualmente no mercado milhões sem qualificação. A evasão de 57% prova: o sistema frustra, não forma.
As “especializações” são a cereja podre do bolo vencido da educação. São o ralo final da entrega de incautos despreparados ao mercado, à vida. Verdadeiras arapucas corporativas, elas se encarregam de desfazer o pouco do conhecimento raso adquirido pelo aluno ao longo da vida. É um esquema que beira o crime, solidificando a desqualificação em vez de combatê-la. É caso de polícia.
A educação brasileira atingiu um ponto de não retorno. Se não houver uma virada de mesa total e imediata, com reformas radicais que desmantelam essa máquina de precarização, a desesperança se consolidará. O Brasil continuará a produzir ignorância em massa, condenando gerações e assassinando seu próprio futuro.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA