Com vara curta, não se cutuca urso alaranjado
A ameaça tarifária Trumpista vem afetando a normalidade e o equilíbrio geopolítico mundial durante conquistado ao longo dos últimos 80 anos. O Brasil, a 10ª economia do mundo (já chegamos a ser a 6ª), anão em estratégia e anêmico na sua economia, de estadistas e políticos com P maiúsculo, encontra-se perigosamente exposto neste tempos de “nuvens alaranjadas” vindas da América, como os americanos gostam de chamar os EUA.
A ofensiva de Donald Trump sobre o país, que para além da intervenção descabida em prol de criminosos golpistas – como ele - desnudou a nossa vulnerabilidade, escancarando a crônica falta de um projeto de país que nos condena secularmente a ficarmos cada vez mais para trás em relação às nações desenvolvidas.
Enquanto a China, que há apenas quatro décadas possuía uma economia menor que a nossa, transformou-se em uma potência capaz de fazer o presidente americano engolir a seco suas ameaças destemperadas, o Brasil em sua mórbida paralisia se vê de mãos atadas, caso o urso alaranjado resolva mesmo manter a absurda taxa de 50% para as transações entre os dois países.
O raso crescimento recente brasileiro ancorado no agronegócio, uma indústria sucateada e não competitiva globalmente, a micro participação nas transações dos EUA com o exterior (pouco menos de 1%) e uma economia 7 vezes menor que a americana, o Brasil não tem qualquer condição de enfrentamento direto com os EUA.
Nossa resiliência pateticamente insuficiente para barrar agressões externas, está a depender da imprevisibilidade de um líder ensandecido como o atual presidente americano. Bater de frente nesse vespeiro, fica claro que é idiotice, fanfarronice que pode acabar mal para o Brasil e os brasileiros.
Esse país vinha passando ao largo das sandices do alaranjado presidente americano. O Trumpetaço contra o Brasil é fruto direto do entreguismo de maus brasileiros, que em troca de anistiar golpistas de carteirinha entregaram o país à sanha de um maluco ensandecido. O que só traduz os alarmantes sintomas da corrosão política nacional.
A ideia de que "o Estado sou eu" ecoada pelo atual presidente americano, já era replicada doentiamente por aqui pelas duas figuras malsãs brasileiras que já tinham rachado o país ao meio e continuam a infernizar a vida dos brasileiros. São tão ególatras quanto o alaranjado americano.
Lula e Bolsonaro, cada um à sua maneira e preocupados unicamente com suas agendas pessoais radicais, estão levando o país à debacle.
O presidente do Brasil em sua desesperada busca por prestígio interno, adota uma postura destemperada, infantilóide e inconsequente no caso das tarifas. Querer bater de frente, a 200 km/h, com uma "parede" do tamanho dos EUA, é condenar o país a crise desnecessária, apenas para atender a sua ânsia política particular de poder.
Bolsonaro ao coonestar com a interferência Trumpiniana em questões internas do país só comprova o que todos – inclusive seus adeptos – sabem: não passa de um covarde entreguista golpista que, em nome do seu bem estar, pode estar condenando essa Nação a anos de crises pelo intervencionismo insano do americano. Que ele pediu e apoia. O povo? Que se lixe!
O que só expõe o quão de cegueira política os dois lideres (sic!) dessa doente dicotomia politiqueira local submeteram o país nos últimos anos. Em vez de enfrentar os problemas estruturais, preferem o confronto, a busca incessante por holofotes, o bem bom do poder. Só aprofundaram e perpetuaram o ciclo vicioso de crises e oportunidades perdidas deste país de voo de galinha da sua economia.
Corremos riscos severos pela incúria e incompetência de décadas, por uma roubalheira endêmica, pela apropriação do estado por grupamentos criminosos de todos os naipes que dilapidam nossas possibilidades futuras. Todos alimentados por um e outro desses “desmandantes” que estão à frente dessa briga particular, que está nos levando a ainda mais fundo do poço que já nos encontramos.
A distância abissal do Brasil em relação aos países desenvolvidos é um legado de séculos de entreguismo, dilapidação de recursos, coronelismos e uma teimosa dominação da "vanguarda do atraso" político e empresarial. Que a dupla só alimentou.
O sentimento de "vira-latas" que nos assola ao nos compararmos com nações que souberam traçar seu destino, é o reflexo mais amargo dessa inação histórica. A ausência de um projeto nacional robusto e a prevalência de ideologias vazias sobre o verdadeiro interesse do Brasil são nosso calcanhar de Aquiles, em um cenário onde a estagnação em todos os sentidos é a prevalência.
O tarifaço de Trump, imposto unilateralmente, apenas assevera essa fragilidade e nossa incapacidade de resposta no mesmo tom, como fez a China. Também, escancara o entreguismo bolsonarista, que, em sua lamentável subserviência validou interesses externos em detrimento de nossa soberania, e em prol dos seus interesses pessoais.
A sombria imagem de Lula e Bolsonaro revela o arrivismo doentio dos dois. São movidos pela sede insaciável de poder, visam unicamente o benefício político pessoal, não os interesses do Brasil.
Não está no radar da radical irresponsabilidade da dupla populista brasileira olhar além dos seus interesses.
A lamentável não condução de saídas para o problema e o boicote dissimulado de Lula ao detonar quaisquer iniciativas engendradas por outros para minimizar o problema, e a desfaçatez de Bolsonaro em apoiar os arreglos Trumpianos a seu favor, mas contra o Brasil e os brasileiros são a cereja do bolo que os dois estão cozinhando para nossa Nação neste caso.
E haja lombo prá aguentar as pancadas que a dupla inconsequente está costurando junto ao urso alaranjado.
Não se cutuca o urso se não estiver armado o suficiente prá se defender.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA