É professor adjunto da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e cirurgião especializado em cirurgia digestiva. Graduou-se em medicina pela Ufal (1980) e é mestre em gastroenterologia cirúrgica pela Escola Paulista de Medicina/Unifesp. Atua como docente e cirurgião na área de cirurgia digestiva da Ufal.

Conteúdo Opinativo

70 anos de Medicina Ufal celebram vida e inovação no cuidado oncológico

28/04/2025 - 10:15
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Texto de JOSÉ CARDOSO C. JR. – Cirurgião Oncológico e Chefe do Serviço de Cirurgia Geral e Especialidades do Hospital Universitário/UFAL da Faculdade de Medicina de Alagoas

Hoje, exatamente hoje, (03/05/1950), há 75 anos, uma plêiade de médicos alagoanos unanimemente anuiu à proposta de Sebastião Hora: transformar aquela reunião na fundação da Faculdade de Medicina de Alagoas como sociedade civil de direito público.

“A medicina acontece numa determinada sociedade, numa fase evolutiva da mesma. A sua história, portanto, reflete, em âmbito particular e específico, a história da referida sociedade.” (Gilberto de Macedo)

Nossa escola irrompeu com o entusiasmo de toda Maceió. As grandes empresas e as pequeninas, da Levada, se uniram, e toda ajuda era bem-vinda para a sociedade civil mantenedora do empreendimento grandioso. O prof. A. C. Simões conseguiu a autorização para funcionamento e, em janeiro de 1951, já pôde realizar o vestibular. Três anos antes da primeira formatura, a Faculdade estava com sua primeira turma de onze alunos reconhecida, e os diplomas teriam validade nacional. A burocracia no Distrito Federal foi superada por A. C. Simões, a ponto de a primeira turma ter o seu curso médico reconhecido com validade em todo o território nacional, três anos antes da colação de grau de 11 jovens médicos, em 10 de dezembro de 1956.

A partir de 1974, o prof. Úlpio Miranda fundou a disciplina de Oncologia, baseada no princípio de que todo médico deveria ser formado como clínico geral, com atitude de sanitarista, e não como oncologista.

O Ministério da Saúde estima 7.000 casos de câncer para Alagoas em 2025. O CACON (Centro de Alta Complexidade em Oncologia), inaugurado em 2006, surgiu a partir da audácia política de Álvaro Machado, secretário da Saúde que garantiu, junto ao governador, o investimento estadual para a construção do prédio. Apenas 21% dos pacientes oncológicos alagoanos tinham acesso a tratamento adequado.

Machado descobriu que havia no Ministério da Saúde o projeto EXPANDE, que instalava CACONs pelo país afora. Álvaro arrancou do ministro da Saúde, Barjas Negri, o compromisso de destinar um CACON para Alagoas — e conseguiu concretizá-lo.

Recentemente, um pronto-socorro oncológico foi inaugurado para funcionar 24 horas, e o acelerador linear chegou, trazido pelas emendas parlamentares de Teresa Nelma e Artur Lira. Dentre os homenageados pela escola que o graduou, Machado, instado a se pronunciar, disse:

“Extremamente lisonjeado por estar entre os homenageados na comemoração do Jubileu dos 75 anos da Faculdade de Medicina de Alagoas/Ufal. Eu sonhava em sair da longínqua Pão de Açúcar, cursar o nível superior e transformar o mundo. Na escolha, fui inspirado por Ana Dayse, já médica. E a Faculdade de Medicina de Alagoas – FMA/Ufal, me capacitou para a medicina e para a vida. Quando caiu nas minhas mãos, como secretário de Estado, a decisão de qual instituição iria receber um CACON – Centro de Alta Complexidade em Oncologia, vesti-me de júbilo ao levá-lo para o Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Alagoas, onde me tornei médico.”

Assim, relacionamos os dados de 2024:

  • Procedimentos de quimioterapia realizados no CACON/UFAL: 9.673;
  • Média de infusões: 11.841 casos;
  • Na radioterapia, foram tratados 754 pacientes, com 6.854 sessões;
  • Atendidos no pronto atendimento oncológico: 3.308, sendo 3.141 em home care;
  • Pacientes atendidos ambulatorialmente em 2024: 29.785 casos;
  • Procedimentos de enfermagem realizados: 15.588.

Este CACON emerge como um farol de esperança para Alagoas, oferecendo medicina de alta qualidade e transformando a realidade de inúmeros pacientes e suas famílias.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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