Conteúdo Opinativo

Ao velho Capita

24/08/2020 - 13:17
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Mesmo sendo leitor de sua coluna aos domingos, fui dar uma relida agora com o seu “Histórias do Velho Capita” em mãos e com especial dedicatória. O fato da sua condição de “Duque de Jaraguá”, que renomearia como “Duque da Paz” pelo seu espírito aliado ao nome da principal avenida, a da Paz, trouxe-me ou levou-me, em duas épocas distintas, àquela que sempre foi a mais linda de nossas praias: a praia da Avenida. Em uma, ainda na infância, entre o Coreto e a Fenix. 

Em outra, na juventude, entre o hoje Colégio Deraldo Campos e a Assis Chateaubriand. Na primeira vi-me passando, em fins de semana, pela porta do Emílio Cardoso com suas irmãs, nas janelas; pelos irmãos Cintra, Marcos e Mozar; acenando para Wertey e Waldo Wanderley e mais adiante parando para a benção do meu padrinho Albérico Lima, seu tio, na calçada, em confortáveis cadeiras, com as manas. 

Vi minha madrinha Santina, sempre nos trinques, com Albertina e Cuca, e descendo pelos desníveis da casa até a rua Silvério Jorge, saí bem em frente da residência de seu pai, Cel. Mário de Carvalho Lima, de quem a farda não conseguia tirar o espírito amável, e tia Zeca, sua mãe, Peixoto como minha, primas em segundo grau do Marechal de Ferro. Alegremente, fui falando com Rosita, Betuca, Lelé, Socorrinho e o futuro Capita.

Voltei correndo à avenida e o Dr. Ulisses acompanhava Guilherme, sempre falante, e Ricardo Braga. Os “camaradas” Miranda, capitaneados pelo velho “seu” Manoel, todos em seu Atlântico. Passei a ponte e quase não vi o dr. Lavenere, Marcelo, Babi e Silvia, às margens do riacho, olhando os peixes. Deparei-me com o sr. Geraldo Barbosa, Draute, e irmãs, de folga da Galeria Cruzeiro e dos fogos Caramurú - os que não davam chabú. De raquete a tiracolo, bermuda, saía de casa o sr. Dalmo Peixoto, elegante em qualquer traje, acenando para D. Zélia, Dalminho, Ricardo e Cristina, para jogar tênis.

Chegando em frente à casa do dr. Paulo Machado, da joalheria, eis o Clube Fenix, que antes de ser um separador de águas, foi um misturador de todas as nossas fases etárias.

Na outra parte da avenida, agora na juventude, namorando Juju, que passava fins de semana em casa dos padrinhos dr. Mariano e D. Hilda Teixeira. À sombra das amendoeiras, nas ilhas centrais da rua, ouvíamos Dick Farney, Frank Sinatra e bons papos com Selma, Sônia, Ana e Isadora, já com Zé Moura, todas Calheiros Teixeira. E Lívia Campos, Marília Morcef, Antônio e Sofia Araújo. Vi o sr. Cláudio “Arara” Araújo, saindo para acampar e imaginei o poeta Anphilófio de Melo, o grande Jaime de Altavila, se inspirando com a beleza do mar e de sua Emilia. 

E ouvindo D. Hilda ao piano, esperando seu amado ao cair da tarde, e como o sonho não tem cronologia, despertei com a explosão de uma bomba que acidentou-me a mão direita. 

Entre acordado e dormindo, vi-me de novo criança, sendo socorrido pelo Cel. Comandante do 20° Batalhão de Caçadores, seu pai, meu caro Carlito, com uma bisnaga tamanho família, do Exército, de Ungüento Picrato de Butesin, o que de melhor existia para queimaduras. Obrigado velho Capita, por me levar a, ou trazer, tão boas lembranças de tempos idos.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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