colunista

Isaac Sandes

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Conteúdo Opinativo

Cansados e decepcionados com a dança de roda miudinha

26/04/2019 - 14:51
Atualização: 26/04/2019 - 14:56
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Sérgio Lima/Poder360
Vice-presidente Mourão e o presidente Jair Bolsonaro
Vice-presidente Mourão e o presidente Jair Bolsonaro

Do ponto de vista de quem está vendo o novo governo a partir da imprensa e das mídias sociais vigentes, o que era pra ser uma catarse de reformas, um jardim de esperanças realizadas e outras em florescimento, está ficando cansado e um pouco decepcionado com a dança de roda miudinha que, no dizer popular, aluga alguns ladrilhos do grande salão de festas que é o País e dali nunca sai.

O grande maestro, que deveria tocar a sinfonia do desenvolvimento e do novo rosto da nação, ocupa-se em tweetar sobre assuntos menores que, mesmo que não o sejam, perdem muito de sua credibilidade e peso ao serem tratados numa mídia onde pululam os papais sabem-tudo ou onde a ignorância fantasia-se de sapiência. Por outro lado, as madeiras e mourões das fogueiras de vaidades começam a arder após anos e anos de umidade política inerte e alienada, alçando o burburinho e a confusão em níveis que certamente formarão um perigoso vácuo de poder que, certamente, será bem usado e aproveitado pelos oportunistas de plantão ou por aqueles que ainda respiram no campo da batalha política recém encerrada.

Nessa dança, miúda e descompassada, não faltam declarações um tanto quanto imaturas e desastradas do maestro, interferência familiar bem intencionada porém inconveniente, palpites internacionais e, por último, uma base partidária totalmente desarticulada e deslumbrada que nem sequer sabe que foi eleita na esteira do discurso e da popularidade do presidente.

Dessa forma, perde-se o foco do que realmente importa e gasta- -se muita vela boa com defuntos ruins.

O núcleo técnico e competente do governo corre o risco de, cansado e decepcionado com a inércia que toma conta do País, decepcionar-se com a nova aventura, pegar seu chapéu e sair, deixando para trás um governo engalfinhado em futricas e miudezas que certamente só serão benéficas àqueles que torcem para o tacho entornar e se lambuzar com o que sobrar de sua raspa.

Já o presidente, e seus familiares, incomodados pela movimentação atípica de seu vice, vão passando como aquele cidadão da estorinha popular que não conseguia conciliar o sono porque achava que havia um jacaré debaixo de sua cama. Levado ao psiquiatra sob suspeição de estar neurótico, foi convencido pelo médico a tomar uns calmantes para dormir. Em face da demora em retornar para a revisão da consulta, o psiquiatra perguntou a um dos seus filhos pelo paciente. O filho respondeu que na primeira noite em que o pai tomou o remédio e pegou no sono foi engolido pelo jacaré.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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