Conteúdo do impresso Edição 1264

ELEIÇÕES

Escolha do prefeito de Maceió vira ensaio para embate entre Renan e Lira

Rafael Brito e JHC viram coadjuvantes dos próprios pleitos
Por BRUNO FERNANDES 04/05/2024 - 05:00

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AGÊNCIA SENADO E CÂMARA DOS DEPUTADOS
Renan Calheiros e Arthur Lira devem disputar as duas vagas do Senado em 2026
Renan Calheiros e Arthur Lira devem disputar as duas vagas do Senado em 2026

A corrida eleitoral pela prefeitura de Maceió se tornou um palco para o embate entre os rivais políticos, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB - AL). Ambos já estão nos bastidores, negociando a composição das chapas em uma disputa que vai além das fronteiras municipais.

Lira e Renan buscam ampliar suas bases eleitorais, mirando não apenas a eleição atual, mas também antecipando o cenário para 2026, quando devem se enfrentar na corrida ao Senado. Nesse jogo político, a cidade de Maceió tornou-se um ponto estratégico.

O atual prefeito, João Henrique Caldas (JHC), aliado de Lira, está no centro das negociações. Se reeleito, JHC poderia almejar o Governo de Alagoas em 2026, passando a prefeitura para seu vice. Porém, há uma questão nesse plano, pois o vice pode ser um nome diferente do proposto por Lira, que pensando em um possível apoio político em 2026, tenta emplacar um nome.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos) é cogitado para o cargo, com a garantia de assumir a prefeitura em 2026. No cenário ideal de Lira, ele e JHC sairiam em uma dobradinha para disputar as duas vagas disponíveis ao Senado. Mas a pretensão pode esbarrar justamente na pretensão de uma candidatura ao governo por parte de JHC.

JHC, por outro lado, tem a vantagem de ter sua mãe, Eudócia Caldas, como suplente de Rodrigo Cunha no Senado. Desta forma, a família Caldas e o PL conseguiriam uma cadeira no Senado, ao mesmo tempo que disputariam o governo. Rodrigo Cunha, por sua vez, herdaria a prefeitura com a possibilidade de reeleição, mesmo que sem um apoio direto de Lira.

Rodrigo Cunha já havia sido especulado no ano passado como vice do prefeito JHC, mas com o alinhamento político entre Caldas e Lira, o nome do senador foi perdendo espaço dentro da conjectura. O fato mais novo, que coloca Cunha novamente no páreo, é sua mudança de domicílio eleitoral. O presidente estadual do Podemos deixou sua terra natal (Arapiraca) e agora vai passar a votar em Maceió. As informações de bastidores dizem que a mudança seria um aceno ao prefeito JHC.

Embora duas vagas estejam na disputa, Arthur Lira quer “limpar” o terreno e evitar que aconteça o mesmo que em 2010, quando, mesmo em palanques diferentes, Benedito de Lira e Renan Calheiros se elegeram para o Senado.

Renan Calheiros, por sua vez, busca atrair o PT para compor a chapa como vice, visando nacionalizar a disputa e antagonizar a candidatura de Rafael Brito (MDB) a JHC. Esse movimento, porém, enfrenta resistências do PT, que já lançou sua pré-candidatura e não gostou da ideia da filiação de um dos invasores da Praça dos Três Poderes, em Brasília, empresário alagoano André Heliodoro.

Outros partidos, como o PSB e o próprio MDB, querem o posto de vice nesta chapa. No MDB, há quem defenda uma composição com o PSB, que daria à secretária estadual de Turismo, Bárbara Braga, a vice de Brito. Outra corrente prefere uma chapa “puro-sangue”, com a deputada estadual Cibele Moura (MDB) no posto.

Enquanto isso, Renan concentra seus esforços em cinco cidades da Região Metropolitana, que representam importantes colégios eleitorais e possuem orçamentos significativos. Arapiraca, Palmeira dos Índios, Porto Calvo, Coruripe e Delmiro Gouveia estão no radar do senador, que busca fortalecer sua influência nessas áreas.


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