colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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Ilações sobre as eleições

27/10/2024 - 06:00

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Os mais novos talvez não se lembrem, mas há pouco mais de duas décadas o partido que comandava de fato a política nacional era o PSDB. Com o desaparecimento de suas lideranças (restam o quase centenário FHC e o economista José Serra com a saúde abalada), iniciou um processo inexorável de derrocada, sendo hoje presidido por um sujeito que após o último mandato de governador teve que sair às pressas de Goiás, tal a revolta da população com os malfeitos por ele cometidos. O partido é hoje uma vírgula na política nacional.

O PT, não há dúvida, caminha na mesma direção do ostracismo do PSDB após a saída de cena do Sr. Lula da Silva. Que com seu modelo centralizador, imperial e sectário de comandar o partido, sufocou ao longo dos últimos 40 anos todas as eventuais lideranças que nasceram no seu âmbito. Hoje o PT está reduzido a políticos inexpressivos que muito provavelmente 95% da população sequer sabe o nome. Os megaescândalos no governo são sua marca registrada. Como é a corrupção desenfreada que este país viu explodir desde a presença dessa gente no governo. A política depois do PT perdeu o resto da compostura.

Mais recentemente, o partido de aluguel do Sr. Valdemar (o PL), uma figura conhecida nos bastidores da baixa política e pelos crimes cometidos, é o partido da vez ao abrigar em seus quadros, a extrema direita brasileira representada por Jair Bolsonaro, o protótipo de tudo que um país do tamanho do Brasil nunca poderia ter tido como presidente. E nem vou perder tempo qualificando-o, ou melhor, desqualificando-o. A parte séria do país já sabe quem é a figura.

O PL, como todo partido de aluguel, tem data de vencimento. E ela ocorrerá com a saída de cena do capitão aloprado após a confirmação da sua condenação e prisão. O país vai se livrar de uma figura altamente nociva à democracia e de um partido que desde sua existência sempre foi um nada do ponto de vista político.

Entendo, e as eleições de outubro deste ano confirmaram isso, que é a hora e a vez da centro-direita chegar ao poder. E mostrar a que veio. Não arrisco nomes. É cedo. Mas uma coisa é certa: este país não pode mais uma vez eleger alguém com pretensões hegemonistas de líder, ditador, morubixaba ou coisa que o valha. O que nós precisamos é de estadistas. Na acepção da palavra. Capazes de, ao mesmo tempo que sinalizam o norte, a direção a ser trilhada pela Nação, sejam capazes – pelo exemplo – de dar um chega pra lá na esculhambação que se tornaram o Executivo, o Legislativo e o Judiciário deste país em todos os níveis de governo. Federal, estadual e municipal. Não é coisa simples. Nem fácil.

Mas foi para isso que os eleitores estão varrendo do mapa político municipal o PT. De Norte a Sul, de Leste a Oeste. E essa mudança é um sinalizador interessante da direção em que os ventos irão tomar nas próximas eleições majoritárias e das casas legislativas. Quem insistir no discurso de ódio ou no ele contra nós como Bolsonaro e Lula, tem tudo pra tomar uma lavada eleitoral. O país está cansado disso e da roubalheira que se tornou desenfreada. Quem tiver fama de ladrão, corrupto ou extremista, que ponha as suas barbas de molho. Mesmo com emendas. O povo sinaliza que quer coisas concretas. Realizações.

Por óbvio, o mundo político não deseja mudanças. Não é isso que vai acontecer. Se o centro político da Nação tiver juízo e competência (sem Centrão ladrão junto), pode se beneficiar dessa varrida que os eleitores já há algumas eleições vêm sinalizando. É um momento único para sairmos de quase três décadas de atraso de petistas e bolsonaristas, os dois extremos da política nacional. Quem souber explorar essa senda tem tudo para se dar bem.

E a Nação também. Será?

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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