executado em guarulhos

Vinícius Griztbach: como foram os últimos dias do delator do PCC em Maceió

Maria Helena Paiva relatou à Polícia Civil os momentos de tensão
Por Redação 13/11/2024 - 11:30

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© Foto / Divulgação / Polícia Civil
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach

Maria Helena Paiva Antunes, de 29 anos, namorada do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo na última sexta-feira, 8, relatou à Polícia Civil os momentos de tensão que antecederam o crime, incluindo as ameaças de morte que ele vinha recebendo e um encontro suspeito em Alagoas.

Ela contou que o casal passou alguns dias em Maceió a convite dela, antes de retornar a São Paulo. Durante um jantar em São Miguel dos Milagres, Gritzbach identificou um homem que, segundo ele, se parecia com um dos que o ameaçavam. "Ele disse que era muito parecido, mas não tinha certeza, pois o homem que o ameaçava fumava muito, e esse não estava fumando”, revelou Maria Helena.

Gritzbach vinha sendo jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), devido a suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. No depoimento, Maria Helena também detalhou a presença de duas pessoas ligadas a Gritzbach — o policial militar Samuel Tillvitz da Luz e o motorista Danilo Lima Silva — que teriam ido a Maceió para buscar joias destinadas ao pagamento de uma dívida. As joias, encontradas com o empresário no momento do crime, foram entregues ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Ataque em Guarulhos

Na sexta-feira do assassinato, Samuel Tillvitz chegou ao aeroporto de Maceió antes do casal e despachou sua arma. Já no aeroporto de Guarulhos, policiais militares aguardavam Gritzbach para fornecer segurança particular. O empresário, no entanto, foi informado de que o veículo Volkswagen Amarok blindado, que serviria para escolta, apresentava problemas mecânicos. Apenas um policial seguiu para buscá-lo em outro carro, enquanto o restante da equipe ficou em um posto de combustível.

Maria Helena explicou que a Amarok tinha blindagem nível 5, resistente a tiros de fuzil, enquanto a Trailblazer que os aguardava no terminal 2 possuía blindagem nível 3, menos segura. O empresário, contudo, não teve tempo de embarcar no carro de proteção; foi alvejado com mais de 20 tiros, sendo dez deles fatais, incluindo dois no rosto. Os executores utilizaram outro veículo para fugir, encontrado abandonado nas proximidades do aeroporto.

No dia seguinte, a Polícia Militar encontrou um fuzil AK-47 e uma pistola, que teriam sido usados na execução, após uma denúncia anônima. Maria Helena, que presenciou o tiroteio, relatou ter corrido para o lado oposto em busca de segurança. A Polícia Civil investiga o caso, e quatro policiais militares que faziam a segurança do empresário foram afastados de suas funções e estão sob investigação. A defesa do PM Samuel Tillvitz, conduzida pelo advogado Guilherme Flauzino, afirma que busca “descobrir a verdade e encontrar os verdadeiros responsáveis por essa situação.”

No ataque, além de Gritzbach, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também foi fatalmente atingido pelos disparos.


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