colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

O que houve com os planos de saúde ?

21/08/2023 - 16:45

ACESSIBILIDADE


Desde menina me trato com planos de saúde. Meu pai era fiscal do IAPI e pagava a Patronal. Tínhamos direito até a tratamento odontológico.

Quando me casei em 1963 com um militar, as Forças Armadas ainda não possuíam assistência médica. Só nos hospitais militares. Minha primeira filha nasceu na Maternidade Sampaio Marques, com a Dra. Eleuza Tenório, tudo particular. Em 1965, nasceu meu segundo filho no Rio de Janeiro, no Hospital Militar.
Não me lembro da data em que foi criado o Fusex, plano de saúde do Exército; acho que na década de 1980. Era um excelente plano, mas no momento atual deixa muito a desejar. 

Hoje mesmo, fomos à emergência de um determinado hospital e a resposta foi a seguinte: o tratamento pelo Fusex está suspenso. Atualmente, para se conseguir uma consulta normal ou um exame, é preciso aguardar uns trinta dias para receber a requisição. Como somos idosos, muitas vezes optamos por um médico particular. Mas nem todos os usuários podem fazer isso. Têm que sofrer e esperar.

Na Assembleia Legislativa de Alagoas há um convênio com a Unimed. Os preços estão muito altos e o tratamento não é dos melhores. Uma colega com câncer precisa fazer um procedimento caro. Primeiro, espera a liberação da cirurgia por alguns dias. Depois, aguarda a compra do material a ser usado no procedimento. E lá se vão dois meses com a doença avançando. A cabeça do paciente fica a mil por hora, fato negativo para uma doença tão perigosa.

Os idosos estão sofrendo porque o tempo é curto! Em compensação, precisei fazer um tratamento da língua. Uma dentista particular me indicou uma especialista em tal tratamento. Descobri que ela atendia no PAM Salgadinho. Procurei a doutora, fui bem atendida pelo pessoal do posto e fiz uma pequena cirurgia. Tudo muito bom, pessoas gentis. E pelo SUS. Parabéns ao pessoal que lá trabalha.

Atenção Nonô: você restaurou o PAM Salgadinho, onde fui bem atendida. Ele está funcionando bem. Por lá existem bons profissionais do Cesmac que estão dando conta do recado.

Já existem advogados especialistas em judicializar os planos de saúde. São muitos os casos a serem resolvidos na Justiça onde eles, os causídicos, questionam as atitudes desses planos.

Em Recife, recentemente, um sobrinho meu sofreu um acidente de jet ski. Ficou todo quebrado. Tem um bom plano de saúde e precisou fazer várias cirurgias. E sempre que perguntávamos pela data do procedimento, vinha a resposta: estamos aguardando a autorização do plano. Enquanto isso, ficava deitado, imobilizado, sujo de areia, cheio de dores. Uma maneira simples de ganhar tempo.

Outro fato interessante: precisei tirar um caroço na pálpebra. Fui a uma clínica e a atendente me avisou que precisava conversar com a médica, que eu voltasse dois dias depois. Lá chegando estava o recado: o plano não cobre a cirurgia e ela custa 2.500 reais. Voltei ao plano: “Deixe aqui, vamos ver o que fazer”, disseram. No fim de tudo, voltei à clinica e fiz a cirurgia pelo plano. Tive medo e perguntei à médica: Está com raiva de mim? “Não”, disse ela, “fique tranquila”. E tudo deu certo.

Hoje quando adoecemos, ficamos pensando na luta com o atendimento médico. Se ligamos para marcar uma consulta, perguntam logo: “Qual o plano? Só temos vaga para setembro ou outubro”. Se for particular, a atendente diz logo: “Pode vir amanhã?” Não sei qual a diferença.

Algumas especialidades médicas não atendem através de plano de saúde. Só atendem se for particular. E o paciente que precisa ir àquele médico? O que fazer?

Sei que os médicos recebem muito pouco por uma consulta conveniada, mas sei, também, que as mensalidades que pagamos aos planos de saúde são caríssimas; principalmente para os idosos. Onde está a solução do problema?

Sugiro que os técnicos em administração na área da saúde estudem saídas estratégicas para melhorar o atendimento à população.

Dentro em pouco os planos virarão SUS!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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