colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Uma linda festa

29/08/2023 - 13:14

ACESSIBILIDADE


Fomos convidados, eu e meu marido, por Rostand Lanverly, presidente da Academia Alagoana de Letras, para assistir a uma homenagem que receberia na Assembleia Legislativa. “Vá Alari; falarei sobre dois amigos seus: Marlene Lanverly e Divaldo Suruagy”, disse. Era a Comenda Divaldo Suruagy.

Fiquei entusiasmada com o número de pessoas presentes ao evento. Criaturas que não via há vários anos. Amigos do tempo em que fui presidente do nosso querido sindicato.

Conheci Divaldo Suruagy nos idos de 1950. Ele e Divani, seu irmão, alunos do Colégio Batista Alagoano, e eu, entusiasmada aluna do Instituto de Educação. Cumprimentávamos e pouco conversávamos. Anos depois, ele casado com Luzia, eu casada com Rubião, fomos vizinhos na Avenida Moreira e Silva.

Virou político famoso e chegou a ser governador do Estado de Alagoas por três vezes. Eu, humilde funcionária do Poder Legislativo, cheguei a ser presidente do Sindicato da Assembleia. Mas nunca deixei de ser recebida pelo amigo governador. Fui até convidada para reuniões importantes, fato que irritava o então presidente do Legislativo.

Graças à minha amizade com Divaldo, eu e meu grupo de companheiros, podemos construir o patrimônio dos servidores de nossa casa: a sede do sindicato, a sede da Copamedh e o Clube Legislativo. Ia até tomar café da manhã em sua casa e era bem recebida por Luzia e filhas.

Os assessores do governador eram gentis comigo. Mas gostaria de citar Marlene Lanverly que, até o fim da vida de nosso amigo, me atendia muito bem. “Converse com ele, Alari; diga o que você vê lá fora”, dizia ela. E eu, na minha sinceridade exagerada, avisava quem eram seus verdadeiros amigos. Ele ria e afirmava: “Os amigos, eu já conheço; vamos conquistar os inimigos”. Ledo engano!

Lindo o discurso que Rostand fez a respeito de sua mãe. Emocionei-me com o documento deixado por ela, encontrado pelo filho após sua partida. Que mulher boa, bonita e corajosa.

Rostand foi professor de meu filho Rubião Jr. na Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Alagoas. E se davam muito bem.

Alberto Rostand Lanverly é o atual presidente da Academia Alagoana de Letras onde desenvolve um bom trabalho, atuante e incessante. Está constantemente movimentando a entidade. Já desempenhou outras funções, sempre muito ativo. É merecedor da Comenda Divaldo Suruagy.

Como nem tudo são flores, o Cerimonial da Assembleia cometeu dois erros: abriu a cerimônia sem o Hino Nacional e não citou a presença do velho Sindicato dos Servidores da Casa de Tavares Bastos.

Gostaríamos de lembrar aos companheiros do cerimonial que somos uma entidade viva há mais de 30 anos. Recuperamos a dignidade do funcionário, criamos plano de saúde, temos assistência odontológica, judicial e social. Daí porque merecemos respeito!

Como, apreciamos a teoria de que “só erra quem trabalha”, desculpamos a omissão de quem organizou o evento e gritamos bem forte: o Velho Sindicato estava presente!

O Hino de Alagoas na voz do filho do saudoso Setton Neto, Eliezer Setton, foi lindo. A plateia cantou, aplaudiu, delirou. Era com se todos dissessem: Alagoas está viva!

Como sempre em tais sessões, comparecem poucos deputados. O presidente do Poder Legislativo não estava lá. Talvez não imaginasse quão grandiosa seria a solenidade. Perdeu de ver a sociedade cultural alagoana dando um banho de civilidade. Viva nossa cultura!

Devo ter perdido de vista muita gente boa, mas senti uma leve brisa de encantamento em todos que lá compareceram.

Rostand, você está de parabéns. Teve a festa mais bonita das que vi nas últimas décadas no plenário da Casa de Tavares Bastos.

Viva Alagoas!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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