colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Oi, amiga virtual!

04/09/2023 - 15:08

ACESSIBILIDADE


Não nos conhecemos pessoalmente. Somos amigas através do Facebook. Então, vou me apresentar a você.
Sou filha de um “socialista ingênuo”, como dizia Graciliano Ramos em um de seus livros. Casei-me com um militar. Veja, amiga, como sou misturada. Desde os cinco anos ouvia rádio com meu pai e ele me explicava o que eu não entendia. Fui aprendendo a gostar de política. Naquela época, meu herói era Getúlio Vargas.
Somos oito irmãos criados entre Jaraguá e Farol. Nossos pais nos proporcionaram infância e adolescência felizes dentro das possibilidades. Cada um fez sua escolha de vida e criou suas famílias dentro das leis de Deus e dos homens. Sabino, o mais velho, talvez o mais inteligente de todos, faleceu aos 65 anos. Os outros estão vivos e envelhecendo.

Tive quatro filhos que me deram 11 netos e 4 bisnetos. Sou ainda respeitada por todos, curto suas vitórias, choro suas derrotas, lambo suas feridas. A minha grande dor foi perder meu filho João em 2022, mas tenho tentado sobreviver sem ele, pois me restam 3 filhos vivos.

Se alguém me perguntar qual a pessoa que mais amo, direi imediatamente: meu marido, presente em minha vida há 66 anos. Companheiro forte, decidido, meio rústico, mas sempre ao meu lado.

A esquerda não gosta de mim porque me acha de direita. Já fui hostilizada por alguns membros do Partido dos Trabalhadores no auditório da antiga Faculdade de Direito. Ao me levantar para sair, fui impedida de deixar o local por dois amigos: Marcos Mello e Heloísa Helena. Ficou a mágoa!

Levo uma vida pacata, moro perto do mar, curto a natureza. Não pense, amiga, que sou boazinha. Tenho um gênio forte, odeio levar “carões” de quem quer que seja. Erro, acerto, caio, levanto, choro, sorrio e vou caminhando, aproveitando o tempo que me resta na terra.

Sou uma idosa cheia de doenças, mas sou assistida por médicos amigos, competentes e carinhosos. Posso pagar um bom plano de saúde, que não está em boa fase, posso comprar remédios e me alimentar bem.
Politicamente falando, sou a Diana. Vejo erros e acertos na esquerda e na direita e sempre que posso registro a minha opinião. Não sou radical, mas nunca votei no Lula, nem no PT. No primeiro governo do Lula, tive a esperança de que um torneiro mecânico no poder fizesse um bom governo. Ledo engano!

Votei no Bolsonaro para presidente da República em 2018 e não fiquei muito satisfeita. Dois ministros me agradaram: o Guedes e o Tarcísio. Os militares se envolveram muito na gestão. Foi negativo para as Forças Armadas.

E por falar em militar, tenho grandes amigos no Exército. São tios e tias de coração dos meus filhos e netos. Também na esquerda conheço boas pessoas, com as quais me dou bem. Não misturo certos assuntos!
Na Assembleia Legislativa de Alagoas não sou muito querida por várias Mesas Diretoras que por lá passaram e pela atual.

Sempre tentei mostrar ao povo alagoano as injustiças cometidas com os servidores ativos e inativos da Casa de Tavares Bastos. Fui perseguida, rebaixada, agredida verbalmente por um presidente. Fui processada pelo atual, porque denunciei o que era público e notório. Posso afirmar que houve ganho para os funcionários, mas falta muito para chegar ao ponto ideal.

Hoje, convivo com uma família dividida por sérios problemas ocorridos entre os irmãos. Sou acusada de expor a família nas redes sociais. Era preciso fazê-lo e não me arrependo. Coloquei tudo nas mãos de Deus. Somos todas pessoas dignas. Sejamos felizes!

Poderia dizer que sou uma idosa cheia de comorbidades, administrando as caixinhas de remédios, controlando a glicose e a pressão. Entretanto, estou viva, acompanhando a política em Alagoas e no Brasil. Gosto de política, mas faço restrição a determinados políticos.

Está vendo, minha amiga virtual, não sou deselegante nem petista. Quero o bem do meu estado e do meu país.

Sou a Velhinha das Alagoas!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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