colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

Quem quer ser presidente da república ?

13/11/2023 - 15:58

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Nos últimos anos, todos os presidentes da República, depois de deixarem o poder, foram perseguidos, e dois deles foram presos. Lula governou nosso país por duas vezes. O primeiro governo foi razoável; o segundo foi ruim. Ele elegeu Dilma, que nunca foi simpática e sempre foi ridicularizada por jornalistas e pelo povo em geral. Apesar de ter sido guerrilheira, engenheira e ministra do governo federal, era taxada de "burra". Vi vários filmes na internet cujo objetivo era zombar da pobre mulher. Foi cassada por descumprir metas orçamentárias, querendo ultrapassar o chamado teto. Hoje, as autoridades usam estratégias para fazer o mesmo. Ela ressurgiu das cinzas e ocupa alto cargo em uma instituição internacional, indicada pelo governo do PT.

Lula, ao sair da Presidência da República, foi perseguido, julgado e condenado inicialmente por causa da reforma de um duplex em São Paulo. Depois, foi solto. A justiça descobriu, após vários anos, que Moro não podia tê-lo julgado e enviou o processo para a primeira instância em Brasília. Deu a volta por cima e voltou a ser presidente da República. No entanto, é um homem amargurado, cheio de ódio e desejo de vingança.

Temer foi julgado, preso e depois absolvido. Sempre achei que era um homem inteligente, sagaz, habilidoso. Entretanto, passou por um processo judicial e deve ter sofrido. Bolsonaro, depois que saiu do governo, não podia abrir a boca, que era indiciado num inquérito aberto no Supremo. E não só ele; toda sua família.

O grande pecado de Bolsonaro foi ter duvidado do processo eleitoral. Chamou a atenção de todos. Clamava pelo voto auditável, que era a confirmação da vontade popular. A oposição gritou pedindo a cabeça dele. Ele não podia duvidar do Tribunal Superior Eleitoral. As Forças Armadas entraram no processo para pedir a comprovação do voto digital. Mas não foram atendidas, e Bolsonaro virou o grande vilão. Homens, mulheres, idosos foram às portas dos quartéis pedir por eleições limpas, apoiando o presidente da República. No fim, virou tentativa de golpe, e centenas de pessoas foram presas em todo o Brasil e estão sendo julgadas e condenadas.

O papel das Forças Armadas nesse processo político foi complicado. Deixaram as pessoas gritando para o vento e não decidiram nada. Até hoje, o povo não entendeu a posição delas. Estão subordinadas a um ministro civil, caladas, perseguidas pelo governo federal, por parte da imprensa, percebendo salários ridículos e com pouca verba de custeio. Como disse Lula dos comandantes em seu primeiro governo: "São generais sem pólvora".

Bolsonaro fugiu na última hora, não passou o governo ao sucessor, deixou os manifestantes desamparados, e atualmente, não pode ser candidato a nada e vive falando para ouvidos moucos. Voltou o Lula, segundo a esquerda, para salvar o Brasil. Fez uma campanha de ódio, trouxe de volta o Partido dos Trabalhadores e velhos políticos ligados a ele. Começou a governar gastando muito, viajando muito, querendo aparecer. Está velho, cansado, com ares de esquecimento em suas falas.

Depois de certo tempo, precisou fazer um acordo com políticos de centro e de direita. Tirou mulheres de cargos e colocou aliados do Centrão. O governo está uma mistura heterogênea. Ninguém entende ninguém, e quem manda no país é um alagoano, presidente da Câmara Federal. Já vejo jornalistas ligados ao Lula, que lutaram pela queda de Bolsonaro e a eleição do atual presidente, criticando severamente o torneiro mecânico que se tornou presidente do Brasil.

Nas últimas décadas, quem se elege para o mais alto cargo do país, ao sair do poder, vai ser perseguido, condenado e preso. Quem vai querer ser presidente da República, vendo exemplos tão negativos, sabendo que a política praticada no Brasil é a do "É dando que se recebe"? Só se aparecer um maluco para arriscar sua vida. Vamos esperar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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