colunista

Alari Romariz

Alari Romariz atuou por vários anos no Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas e ganhou notoriedade ao denunciar esquemas de corrupção na folha de pagamento da casa em 1986

Conteúdo Opinativo

A lei do silêncio

08/09/2024 - 06:00

ACESSIBILIDADE


Há muito tempo, pessoas aposentadas resolveram morar em cidades pequenas. Fugiram, então, do barulho, do trânsito complicado e do burburinho da cidade grande. É o nosso caso. Há vinte e cinco anos construímos uma casa em Paripueira, cidade litorânea que fica perto da capital. Paralelamente a tal fato, criaturas começaram a construir casas de festas, sem obedecerem à Lei do Silêncio, incomodando os vizinhos moradores no local. Recentemente, na junção do Condomínio Atlântico Norte e do Condomínio Rio Mar, um moço resolveu construir uma casa para alugar e permitir que os inquilinos promovam festas com sons altíssimos.

A tal casa é bem ligada à nossa. A partir de sexta-feira, ninguém conversa na varanda do meu imóvel ou ouve TV. É uma gritaria sem limites. Já reclamamos aos porteiros do condomínio vizinho e nada foi resolvido. Comunicamos oficialmente ao síndico do Rio Mar e à diretoria do Atlântico Norte. Desse último, recebemos uma longa nota oficial, mas nada foi resolvido.

Pretendemos resolver o caso amigavelmente, pois o próximo passo é chamar a Polícia no meio da festa. No entanto, é muito ruim chegar um carro da Polícia Militar num condomínio de alto nível. Seria de bom tom que o dono, que segundo nos foi informado é um gerente da Caixa Econômica, fizesse o determinado pela lei, isto é, proteger as paredes com isopor, fechasse o ambiente da festa e colocasse ar condicionado.

Caso isto não aconteça, estamos pedindo, de público, à Prefeitura de Paripueira que fiscalize as casas alugadas para festas barulhentas. É preciso exigir que os proprietários respeitem a Lei do Silêncio. Em nosso condomínio, já lutamos por vários anos com casas promotoras de festas ruidosas. Contamos com o apoio da diretoria e, após insistentes tentativas, o problema foi resolvido. No caso do Rio Mar, tudo foi diferente.

Se a Prefeitura não conseguir sanar tais inconvenientes, entraremos em contato com o Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia Militar. Insisto, tentaremos resolver o problema de maneira amigável. Somos dois idosos de oitenta e três anos, moramos numa ampla casa e precisamos ser respeitados. Não é justo que uma pessoa queira obter lucro com o aluguel de seu imóvel e não pense nas leis a serem obedecidas.

Foram construídos dois imóveis entre os condomínios e um deles é alugado para veraneio, com direito a realizar festas ruidosas. Com tal atitude, incomoda os residentes dos dois condomínios. Graças a Deus, no residencial onde moramos não entram caixas grandes de som, os conhecidos “paredões”. Houve vários casos nestes vinte e cinco anos de morada no Atlântico Norte, entretanto, foram sanados. Algumas pessoas aqui residentes reclamam de vizinhos que colocam som alto nos fins de semana, mas creio que a diretoria tenta resolver tudo no diálogo.

Outro fato digno de nota: em nosso condomínio é proibido estabelecer casas comerciais, pousadas, etc. No Rio Mar, o proprietário do imóvel situado no fundo do condomínio, vizinho ao Atlântico Norte, vai instalar uma padaria. Não sei se lá é proibido, mas o incômodo também será grande. Por onde vão entrar os caminhões de entrega? O espaço livre do imóvel é pequeno.

Repito: tudo que escrevo nos meus artigos é público. Então, reforço meu apelo à Prefeitura de Paripueira: fiscalize as casas de festas ou as alugadas para o mesmo fim. Elas precisam evitar o barulho além do normal para não incomodar os vizinhos. Peço ao cidadão que quer lucrar com festas barulhentas: lembre-se de que seus inquilinos veraneiam numa comunidade. Nela residem pessoas que necessitam de sossego. Um conselho de amiga: evite que a Polícia chegue na sua casa em plena festa e incomode seus inquilinos. Respeitem a Lei do Silêncio!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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