A luta continua
O nosso sindicato está vivo e funcionando há mais de trinta anos. Os dirigentes lutam contra as irreverências da Mesa Diretora, contra a lentidão da Justiça. Temos um presidente da Mesa Diretora eleito pela quarta vez ao arrepio da lei. Ele manda e desmanda e fez com que o Legislativo fosse o campeão de ações judiciais contra ele. Nada se resolve administrativamente; ele sempre repete: “Judicializem”. O direito de férias é negado ao servidor. Só se recebe o valor concedido pela lei se houver processo na Justiça. As promoções são concedidas pelo sistema do apadrinhamento. Não existem promoções por tempo de serviço ou por merecimento.
Nesses trinta e poucos anos os dirigentes de nossa entidade tentam conviver com as diversas Mesas Diretoras com tranquilidade. Quando não alcançam o objetivo esperado, vão à Justiça, lenta e nem sempre justa. Conseguimos um patrimônio durante esses anos, digno de nota. Tivemos a Copamedh, nosso plano de saúde, muito tempo respeitado pelo setor médico alagoano; não sobreviveu infelizmente ao encolhimento do quadro de pessoal do Poder Legislativo. Mas construímos nosso clube social numa área nobre do lado Sul de Maceió. Construímos também a sede do nosso sindicato, perto do centro da cidade e do prédio da Assembleia Legislativa, onde são atendidos nossos associados. Temos convênios com a Unimed, com uma farmácia e com um posto de gasolina. São prestações de serviço que atendem nossa categoria.
Lutamos desde muito tempo por reajustes dignos e melhores salários. Mas não contamos com a anuência da Mesa Diretora, que insiste em beneficiar os servidores comissionados e perseguir os ativos e inativos. Possuímos ainda, na sede do sindicato, um bom atendimento odontológico e um serviço terapêutico cujos preços estão abaixo dos do mercado e ainda são parcelados. Serviços tão bons que sobrevivem durante muitos anos. Sinto certa insatisfação em parte dos companheiros que sempre usaram nossos atendimentos, foram promovidos indevidamente e hoje criticam os dirigentes. Vulgarmente falando, “cospem no prato que comeram”.
Recentemente, vários colegas receberam altos valores de ações impetradas por nosso sindicato, referentes às férias não pagas. Entre tais beneficiados há criaturas que se dizem de oposição aos atuais gestores. Dispomos em nossa sede de um advogado para atender os associados e impetrar qualquer ação na Justiça, se necessário for. Pela lei, teríamos direito ao pedido administrativo, na Assembleia Legislativa isso não existe. Como disse antes, o presidente exclama: “Judicialize!”
A luta dos dirigentes do sindicato é imensa. Primeiro, com alguns companheiros que não entendem as dificuldades dessa luta. Segundo, com a Mesa Diretora, cuja prioridade são os deputados e os comissionados. Nós, ativos e inativos, somos filhos esquecidos. Já tivemos bons presidentes do Poder Legislativo que nos ajudaram muito, cumprindo as leis. Recentemente, faleceu o ex-deputado Benedito de Lira. Presidiu o Poder Legislativo na época em que eu dirigia o sindicato. Foi um homem bom, sempre nos atendeu bem e procurava corrigir os erros cometidos. Conversávamos com tranquilidade, ríamos sempre e os resultados beneficiavam a categoria.
O importante no momento não é criticar os diretores do nosso sindicato. Seria uma boa política enfrentar a Mesa Diretora, conseguir que a Justiça fosse menos lenta, ou seja, enfrentando também juízes e desembargadores. As eleições sindicais vêm aí no próximo mês. Precisamos de pessoas equilibradas, tranquilas, que mostrem suas propostas com gentileza, educação e firmeza. Xingar colegas, comprometer pessoas de empresas conveniadas não levam a lugar nenhum.
Continuamos confiando no Henrique, no Eduardo, no Victor. “VAMO QUE VAMO”!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA