colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

E você, feito de bobo desejando feliz Ano Novo

31/12/2025 - 08:24
Atualização: 31/12/2025 - 10:20

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Orçamento paralelo, emendas secretas, emendas PIX, emendas individuais e mais recente, as famigeradas e safadas emendas de lideranças, são alguns dos eufemismos utilizados pela camarilha Congressual (são raros, muito raros os parlamentares não estão envolvidos na patranha) para o assalto mais descarado e acintoso do dinheiro público jamais visto em qualquer tempo no governo federal. Nem nos tempos de Dilma.

O chefe do “time” tem expertise no tema: que o digam os alagoanos até hoje sem respostas ao escândalo promovido por ele e sua turma na Assembleia Legislativa de Alagoas que ganhou a alcunha de........ Uma merreca comparada à centena de bilhões que essa gente vem desviando no governo federal nos últimos anos.

A corrupção é o cupim da República. Não roubar, não deixar roubar, por na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública, foram palavras premonitórias pronunciadas pelo grande Ulisses Guimarães, presidente do Congresso Nacional na promulgação da Constituição Brasileira, em 05 de outubro de 1988.

O que Ulisses alertou, aconteceu. Na legislatura atual e na próxima pelo que se depreende, o mandamento é bem outro: roubar, deixar roubar e pressionar quem surgir no caminho para lhes atrapalhar a tunga do dinheiro público. Vale tudo.

A distância entre o estadista Ulisses e o atual ocupante daquela cadeira é abissal. Um, o líder inconteste, democrata por convicção, combativo homem público e probo e corajoso parlamentar enfrentou na fase mais dura a ditadura de 64 e nos legou a Constituição de 1988, o outro uma figura menor tisnada pelo que há de pior num homem público que vem provocando enorme prejuízo à Nação. Se a PF for mesmo a fundo na ordem do ministro Dino, essa turma liderada por ele vai se complicar.

Em qualquer país sério do mundo, o executivo executa seu plano de governo, o legislativo acompanha e fiscaliza a execução do plano e o judiciário julga as eventuais divergências entre os poderes, além de cuidar da defesa de zelar pela constituição. Por aqui a balbúrdia é a regra e a impunidade sua guia. Aqui não. O legislativo quer se apossar para desviar os recursos publicas, deixando todas as áreas da gestão executiva à míngua. Uma aberração e um crime.

Como diria Millôr Fernandes: “O Brasil, [é] um filme pornô com trilha de bossa nova” ao que Tim Maia e toda a sua ironia completou: No Brasil prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita. Faltou-lhes dizer e os políticos brasileiros são, no geral, o esgoto da sociedade. Desse jeito e com essa gente, nunca deixaremos de ser o país do futuro. Roubam tudo. Até a esperança do brasileiro. E o fazem de forma criminosa.

A última deles, uma verdadeira farra do boi que tentaram perpetrar queriam pôr a mão na bufunfa de 4,2 bilhões de reais no apagar das luzes de suas gestões para comemorarem o “ultimo achaque do ano”, só que a coisa ficou tão escancarada que obrigou o Supremo a dar um chega pra lá na turma de velhacos.

Que não se fizeram de rogados: já que o Dino estava complicando, foram ao Lula achacá-lo: ou paria a grana, ou em 2025 acabariam de inviabilizar o desgoverno que aí está. Os pornocratas legislativos não tem mesmo qualquer prurido. Podem chamá-los de ladrões. O que a eles interessam é a grana na mão de prefeitos amigos para chegarem limpinha nas suas mãos sujas. E conseguiram.

O governo e o Dino arranjam umas desculpas esfarrapadas e liberaram a grana para a súcia se lambuzar. Hoje, os 4,2 bilhões de reais bloqueados já foram liberados por outras vias para que os canalhas continuem a se lambuzar com a pilhagem do dinheiro público. O Governo Lula pariu ilegalmente 2,5 bilhões de reais e o Dino liberou 1,7 bilhões, ou seja: 4,2 bilhões de reais.

Millôr e Tim Maia estão cheios de razão.

E você aí, mais uma vez feito de bobo, desejando feliz ano novo!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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