colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

Conteúdo Opinativo

Caso Braskem: a conta da omissão chegou

04/10/2025 - 06:00
Atualização: 03/10/2025 - 18:50
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Não tem sido por falta de alertas às autoridades alagoanas, ou de insistência com lideranças (?) das vítimas, nem por prevenir parlamentares e membros da justiça local, e mesmo por seguidas admoestações aos organismos da sociedade organizada alagoana.

Todos foram abundantemente advertidos da situação quase sem volta da Braskem. Todos foram fartamente admoestados da necessidade a cada dia que passava de se avançar com uma proposta ganha-ganha – que nós apresentamos, a todos, ou a quase todos, que poderia vir a ser a “salvação da lavoura” da empresa, para os afetados locais e mesmo para os bancos.

Preferiram fazer ouvidos moucos, fingir não ser responsabilidade deles o equacionamento do imbróglio Braskem. Ao menos no que tange aos credores alagoanos públicos e privados.

A empresa, como tenho de forma reiterada alertado há mais de um ano (enquanto a mídia nacional especializada não só continuava incensando a empresa, como “esquecendo” de analisar os seus balanços e o desempenho pífio de mercado) nesse e em outros espaços da mídia alagoana escrita, falada e televisada que, mantido o diapasão da péssima performance financeira da Braskem, ela estaria rumando direto para uma recuperação judicial.

O que o mercado “descobriu” de duas semanas para cá, o caro leitor, a representação dos afetados e autoridades públicas ligadas ao tema de forma direta e indireta em Alagoas já haviam tomado ciência através da coluna, em reuniões públicas ou conversas particulares. Nada fizeram.

Para aqueles que não acompanham o tema de perto, um resumo recente da situação da Braskem e as iniciativas do outro maior credor para “livrar” a caro risco. Os bancos contrataram uma consultoria visando criar um fundo com as ações da Novonor na Braskem, para assumir a empresa e, via medidas ortodoxas, tomar as iniciativas para primeiro “sanear” a empresa, depois ajustá-la para valorizar as suas ações, e, numa terceira etapa, vendê-la. No mínimo, uns 10 anos.

Até lá senhores 120 mil credores alagoanos da Braskem, agradeçam a anomia de uns, a prevaricação de tantos e a asnice de tantos pelos prejuízos que vocês terão. A conta da omissão chegou, e o prejuízo já tem endereço certo. Infelizmente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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