Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

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O descaso com a tragédia

12/05/2024 - 06:00

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Milhares de pessoas desabrigadas, famílias que perderam tudo, ricos que ficaram pobres de repente, adultos e crianças mortos, rebanhos de animais levados pela fúria das águas, milhares de cães e gatos resgatados ao se perderem de seus tutores, desespero, choro e muita solidariedade humana. Esse é o retrato comovente da tragédia que se abate no Rio Grande do Sul e que escancara não apenas os desígnios da natureza, mais ainda o descaso político e administrativo dos gestores públicos dos estados e municípios.

Praticamente nenhum estado ou município investe adequadamente na prevenção de desastres naturais, optando por obras de fachada e que rendam votos e conservando os riscos, para que a cada evento com danos e vítimas recebam ajuda financeira do governo federal, não para investir nas ocorrências, mas para colocarem no bolso grandes somas de dinheiro roubado. O governo ajuda essas quadrilhas quando não busca a realização de obras de contenção de barragens, rios e áreas alagáveis, permitindo a recorrência a cada período de chuvas.

A burrice do PT

O Partido dos Trabalhadores já teve seu tempo de protagonismo na política de Alagoas, quando sua principal e única estrela era ex-senadora Heloisa Helena e alguns poucos nomes de expressão local. Aos poucos foi perdendo sua identidade, fazendo alianças equivocadas e com ideologias totalmente divergentes, chegando ao ponto de se unir com aquele que era seu maior algoz, o senador Renan Calheiros. Hoje sua representatividade é pífia na Assembleia Legislativa e quase não reelege seu único deputado federal (Paulão). Surge então a ocasião de ter um candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Rafael Brito, com chance, mesmo remota, de ganhar. Aí o seu presidente, Ricardo Barbosa (que não tem destino nem vocação política), se lança candidato dele mesmo. Vão ser burros assim na baixa da égua.

Paulo e Marcelo

Um no comando do governo, o outro naAssembleia Legislativa e em torno deambos uma sintonia política e pessoalinquebrantável (se é que existe issono mundo político). Com toda certeza será essa dupla que vai ditar asordens gerais e irrestritas nas eleiçõesde 2026. A cada dia se confirma que aliderança de ambos ganha amplitude eaté suas características se confundem:são mestres no xadrez político e nocumprimento de acordos assumidos,gerando confiança e até admiração dosaliados. Pode anotar: no cenário eleitoral da disputa de 2026, as candidaturas majoritárias terão, obrigatoriamente, que passar pelo crivo de PauloDantas e Marcelo Victor.

Toc..toc..toc

Pelo menos 10 prefeitos contam coma participação no primeiro escalão do Governo Paulo Dantas após a eleição se ficarem sem mandato. Reação do governador em seleta roda: “Só se eu criar um governo paralelo”. Esses prefeitos necessitam mesmo é de gente muito competente para fecharem suas contabilidades e prestar contas da dinheirama, principalmente verbas federais e grana fácil das imorais emendas parlamentares, conseguidas com o compadrio com senadores e deputados federais. Os meninos da Polícia Federal sabem fazer essas contas.

Tô nem aí

Parlamentares eleitos em 2022 não demonstraram prioridade na aplicação de suas emendas para temas relacionados ao meio ambiente e mudanças climáticas, mesmo como aumento de tragédias, como a vivida atualmente no Rio Grande do Sul e outros estados.Desde o início da gestão de Marina Silva,o Ministério de Meio Ambiente e Mudança Climática recebeu indicação de emenda de apenas uma deputada: Célia Xakriabá(PSOL-MG) A parlamentar indicou R$ 1 milhão para a ação de “Implementação e Monitoramento da Política Nacional sobre Mudança do Clima”, em seu estado.

Concordo com Lula

O presidente Lula da Silva afirmou que as fortes chuvas e as consequentes inundações que atingem o Rio Grande do Sul são um“aviso” para as pessoas, de que a “Terra está cobrando”. “O que aconteceu no Rio Grande do Sul é uma viso para todos nós serem humanos. Nós precisamos ter em conta que a Terra está cobrando. Tem acontecido coisas estranhas em tudo quanto é lugar do país e do mundo. Temos tempo de mudar isso”, afirmou.

MST salvando vidas

No primeiro momento as pessoas não acreditavam no que estava acontecendo , quando no auge da tragédia gaúcha, caminhões e outros transportes com a marca do MST começaram a chegar nos locais mais críticos,onde haviam pessoas desalojadas, sem comida e sem água. Uma estrutura foi montada e a partir daí milhares de quentinhas, água e outros itens de alimentação. Tudo produzido nos assentamentos, produtos orgânicos. Os trabalhadores e trabalhadoras do movimento distribuindo e acolhendo. Precisamos vero lado valoroso e positivo e não apenas as invasões.banner

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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