Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

Conteúdo Opinativo

Os ministros

08/09/2024 - 06:00

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O presidente Lula (PT) começou a discutir com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a nomeação de ambos como ministros do seu governo. Os mandatos de Lira e Pacheco terminam no início de 2025. A primeira conversa sobre o tema ocorreu na semana passada, em reuniões individuais com os dois, conforme apurou a coluna. O assunto será retomado nos próximos dias em nova rodada de negociações. A eventual nomeação de Lira e Pacheco para ministérios atende a um cálculo político. No caso de Lira, ajudaria a neutralizar o presidente do seu partido, senador Ciro Nogueira (PI), um dos opositores mais duros do governo.

A luta contra a violência política de gênero precisa incluir a busca por mais mulheres em espaços de poder. A conclusão é das participantes de audiência pública feita na quarta-feira (4) pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM). Na reunião, representantes do poder público e de organizações não governamentais debateram as ferramentas de combate à violência política de gênero. O debate foi feito por iniciativa da senadora Augusta Brito (PT-CE), presidente da comissão. Ela diz ter recebido vários relatos de violência política sofrida por candidatas nas eleições municipais deste ano. Para a senadora, as instituições precisam trabalhar em conjunto para mudar esse cenário. A coluna esteve presente.

No primeiro debate na televisão saiu ganhando o candidato Rafael Brito, que, ajudado pela ausência do prefeito JHC, dominou a cena e praticamente sozinho ocupou com muita visibilidade, sabendo aproveitar um longo tempo de exposição. Articulado, mostrou-se bem preparado e com propostas que agradaram ao eleitor, principalmente aqueles indefinidos. Criou um clima de confronto, mesmo sem a presença do prefeito, a quem chamou de “fujão” por várias vezes. E ainda teve como coadjuvante o folclórico Lobão, que também centrou suas críticas ao ausente.

A Justiça Eleitoral em geral usa de dois pesos e duas medidas quando se trata dos julgamentos de crimes eleitorais por abuso de poder econômico. Se fosse para ser levado a sério, praticamente todas as candidaturas seriam cassadas, uma vez que esse “abuso” é prática corriqueira em todas as eleições no país inteiro. Cassar o mandato do governador Paulo Dantas e seu vice, Ronaldo Lessa, depois de quase a metade da gestão, cujo adiamento se deu por culpa do próprio TRE, não é justo, não é honesto.

Após quase oito anos de desgoverno, perdendo seu protagonismo diante de outras cidades do interior alagoano, Palmeira dos Índios desembarcou do trem da administração e veio a cada ano perdendo em questões como cultura, ações sociais, educação, saúde e assistência social, por conta da incapacidade do prefeito radialista Júlio Silva, que por conta de sua desastrada gestão, ainda lhe pesa acusações de desvios financeiros de grande monta. Por isso mesmo o alcaide busca a todo custo eleger sua candidata, para se livrar de uma auditoria que pode lhe trazer graves condenações.

Na disputa para prefeito de Maceió, os números têm mostrado que os índices de aprovação do prefeito JHC continuam imbatíveis e quase impossíveis de se reverter até as eleições, a não ser por uma “hecatombe” no cenário político local. A tendência é não haver segundo turno, mas política, como nuvens, pode mudar repentinamente. O jogo entre as duas principais candidaturas está duro e vai endurecer mais.

Alagoas não encontrará o estado de PAZ até que o próprio governo, por suas forças de segurança, exerça também o exercício de pacificação nos quartéis e delegacias. Assusta e atemoriza a população, principalmente a mais vulnerável (pobres e pretos), a truculência policial flagrada, filmada e mostrada praticamente todos os dias. Já falei aqui e o governo não me ouviu. Não basta o soldado passar em concurso, vestir uma farda, receber uma arma e sair às ruas. Onde ficam o preparo psicológico, as obrigações como servidor público, a relação com a sociedade, as penalidades às quais estão sujeitos e o respeito à integridade física do cidadão.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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