Pedro Oliveira é jornalista , escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

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Nada a comemorar

13/10/2024 - 06:00

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Passada a eleição, se há alguém que não tem absolutamente nada a comemorar é o PT de Alagoas. Em um primeiro momento, teve a obrigação de desistir de uma candidatura própria, quando o seu presidente local já havia se lançado candidato a prefeito e foi barrado, por ordem do senador Renan Calheiros. Em seguida, veio o imbróglio da grana do Fundo Partidário, que teve uma distribuição atípica e suspeita, e no final um decepcionante resultado nas urnas, elegendo apenas uma vereadora em Maceió, que nem se considera petista. A cada eleição o partido vem diminuindo de tamanho.

Fernando Farias

O senador Fernando Farias (MDB) tem desempenhado um mandato ativo e voltado para os interesses de Alagoas. Discreto, como sempre foi, cumpre uma pauta positiva e independente, se mostrando muito ativo no trabalho nas comissões e no plenário, se mantendo atento aos problemas de Alagoas. Se destaca entre os demais integrantes da bancada alagoana no Congresso Nacional.

Alfredão em ação

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, esta semana, proposta que estabelece a possibilidade de impeachment de ministros do STF que usurpem competência do Congresso Nacional. A proposta que será votada em plenário é do deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que tem se mostrado como o mais atuante da bancada alagoana na Câmara Federal. Muitos estão entendendo a matéria como uma revanche dos parlamentares em resposta a decisões de ministros do STF que atingem deputados e senadores. Projeto semelhante foi apresentado em 2021 e foi rejeitado, com apenas um voto de diferença.

Choro fingido

A notícia de que a Polícia Federal está investigando um esquema de venda de sentenças por servidores do STJ (Superior Tribunal de Justiça) mudou a rotina dos ministros da Corte. Na segunda-feira (7), o presidente do tribunal, Herman Benjamin, reuniu os colegas para tratar do assunto. A portas fechadas, ministros choraram e se espantaram com a história por duas horas. Essa prática não é coisa nova e muitas das denúncias envolvem também alguns ministros.

Rivotril nele

Parece que a "surra" humilhante que o deputado Rafael Brito levou na disputa pela Prefeitura de Maceió, aplicada pelo prefeito JHC, mexeu com os nervos dele. Em uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça, do nada, se irritou com o seu colega Caio Ivano, xingou e ainda ameaçou tirar o parlamentar do plenário. Seria mais adequado se revoltar com Calheiros (pai e filho), que o meteram nessa aventura "suicida". Agora é tempo de chorar e tomar remédio para depressão.

Rui Palmeira

O ex-prefeito Rui Palmeira foi eleito vereador de Maceió com uma votação aquém do que merecia e todos esperavam. Mas não há nenhum demérito, pelo contrário, pois ganhou de muitos que gastaram milhões e perderam. Não comprou votos, não teve "cadastro". Venceu todas as frentes que trabalharam por uma derrota, a começar por Renan Calheiros, o governador e até antigos aliados eleitos por ele, que retribuíram com execrável traição. Fará a diferença na Câmara Municipal por sua experiência, seu preparo e seu caráter.

As debandadas virão

Acho até engraçado quando vejo lideranças do MDB comemorarem o resultado da eleição e apostarem no fortalecimento do partido, a exemplo do "vibrante" ministro Renan Filho. Falam como se fossem "donos" dos votos. Ora, tal qual andorinhas do Ártico, só esperam a próxima eleição para migrar para o lado que considerarem mais forte, com as notáveis Emendas Pix, favores com o nosso dinheiro e poder. Muito poder. Nesse leilão, quem for mais fraco se arrebenta.

Palmeira dos Índios morreu

E não foi de morte natural, foi "cidadecídio" e com claros sinais de crueldade e tortura. Não bastasse quatro anos de sofrimento, desmandos, afronta ao moral e ao legal. Não bastasse o declínio vergonhoso, colocando-se como uma das piores cidades entre as 102 de Alagoas, o sucateamento da Saúde, da Educação e da Assistência Social, as denúncias frequentes de atos de improbidade. Mas o palmeirense, como lhe é peculiar, optou por eleger a pior candidatura. Tivemos boas opções, a exemplo de Mosabelle Ribeiro, Cristiano Ramos e Gervasio Neto. E tivemos a pior candidatura, "Tia Júlia", com o apoio do prefeito que destruiu a cidade e dos vereadores, que não abrem mão das "delícias" do poder. Bem comparei anteriormente a prefeita eleita com um "poste". E assim será, e eu aqui mando um recado para os conterrâneos: "quem pariu Mateus que o balance". A propósito, desejo que nos próximos quatro anos nada me faça ir a Palmeira dos Índios. Pena que não possa legalmente mudar minha naturalidade. Como diz o ditado: "Não volte para onde um dia você foi feliz, é uma armadilha da melancolia, tudo terá mudado e nada será igual, nem mesmo você. Não tente procurar as mesmas paisagens, nem as mesmas pessoas, elas não estarão; o tempo joga sujo e terá se encarregado de destruir tudo o que um dia te fez feliz."

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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