Jornalista, escritor, colunista do Jornal Extra, Tribuna do Sertão e presidente do Instituto Cidadão.

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Chamando pra briga

27/09/2025 - 06:00
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Nos meios jurídicos e políticos, ainda repercute o espetáculo da última segunda-feira, quando o plenário do TRE/AL quase virou um ringue de telecatch durante o julgamento que pode cassar o mandato do deputado Paulão (PT).

Round 1 – Luciano Guimarães, advogado do petista, insiste em questionamentos desconformes. A advogada Guiomar Mendes, indignada, reage e cobra respeito à Corte.

Round 2 – Hugo Veloso, já na tribuna, reforça a posição de Guiomar, que é esposa do ministro Gilmar Mendes e representa, ao lado dele, o Republicanos, partido de Nivaldo Albuquerque.

Round 3 – O ambiente esquenta. Veloso chama o comportamento de Guimarães de “ridículo”. O colega não aceita, responde com “infame” e ameaça agressão física.

O imbróglio, legítimo para ambos, acaba favorecendo Nivaldo, que obteve mais votos que Paulão (67.697 a 65.814). Para a próxima sessão, talvez seja prudente reforço policial — a Corte se apequena quando assiste passivamente a esse tipo de valentia.

Sem espaço


Marina Silva prepara-se para deixar a Rede Sustentabilidade, partido que ajudou a fundar. Aproximou-se de Lula e tentou arrastar a legenda, mas a maioria reagiu. Seu grupo, minoritário, perdeu espaço para a ex-senadora Heloísa Helena, que hoje é a principal liderança. Marina conversa com PSB e até com o PT, de onde já foi expulsa.

Pode piorar


A Câmara de Maceió é uma aberração em matéria de produção legislativa e serviço público. São poucos os nomes — governo ou oposição — que justificam o mandato. Quando parece que não pode piorar, surge a ameaça: a posse de um bolsonarista raiz, tão despreparado que mal sabe o próprio nome. Mais um na manada que desfigura a “Casa de Mário Guimarães”.

Respondendo a horrores


“A música popular do Brasil tem sido sempre um aspecto da cultura nacional, que apresenta enorme vitalidade. Então, não poderíamos deixar de responder ao horror que vem se insinuando à nossa volta.” (Caetano Veloso)

Frase perfeita dita na manifestação no Rio contra a agenda reacionária bolsonarista. Nossos gênios falaram, cantaram — e o povo comemorou.

Os chefes


A discussão sobre isenção do Imposto de Renda virou palco de disputa entre as duas maiores lideranças de Alagoas: Arthur Lira (PP) e Renan Calheiros (MDB), este último presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. A rivalidade extrapola os limites do Estado e chega à arena nacional. Por enquanto, o protagonismo de Renan é maior.

Quem tem... tem medo


A “PEC da Blindagem” foi enterrada. O relatório do senador Alessandro Vieira, brilhante, aprovado por unanimidade. Os bandidos calaram. Alguns até brindaram. Uma lição no Congresso, infestado de marginais que protegem o crime organizado. A voz do povo ecoou nas ruas e nos corredores fétidos de Brasília. Quem tem “c.” tem medo.

Dois extremos


A eleição para governador em Alagoas pode seguir dois cenários opostos: Renan Filho contra JHC — embate sangrento, faca nos dentes, prontuários expostos e propostas ausentes. Candidatura única de Renan Filho — sinal de que o “acordo em Brasília” se consumou e os alagoanos foram, mais uma vez, enganados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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