Quero meu pai!
Desde pequena via a figura de meu pai como algo sobrenatural. Foi a pessoa que me orientou, abriu meus olhos para o mundo. Minhas perguntas sempre tinham respostas. Meu choro era consolado. Minhas vitórias eram abençoadas. Aprendi a amá-lo sem restrições. Cheguei a achar que ele não tinha defeitos.
Olhava sempre para minhas amigas, o que elas falavam sobre os pais. Nem sempre pensavam igual a mim. E tirava minhas conclusões: não tiveram a mesma sorte que eu!
Fui crescendo e observando a figura de meu pai numa família. No meu tempo, ele era o provedor, as mães nem sempre trabalhavam. Mesmo assim, no antigo IAPI, algumas mulheres começaram a fazer concurso. Umas solteiras, outras casadas, já trabalhavam com meu pai.
Tal convivência gerou em Seu Romariz a ideia de que mulher deveria se preparar para entrar no mercado de trabalho. E ele nos dizia: “Casamento não é profissão; estudem e vão trabalhar.”
Ele tinha uma alma feminina. Era um sonhador, gostava de ler, estudar e vivia para sua família. Ajudava os amigos mais pobres e teve duas ocupações profissionais durante toda a vida.
Passando por meu pai, cheguei ao pai de meus filhos. Uma figura diferente, militar, rigoroso, sempre preocupado com família. Trabalhador, compreensivo, permanentemente voltado para os quatro filhos. O importante para ele era ter uma família feliz. E conseguiu!
Meus filhos viraram pais! Cada um no seu estilo. Com o auxílio das esposas, criaram os filhos com amor, respeito e carinho. Todos foram bem encaminhados.
Chegou a vez dos netos! Já são pais. Trouxeram da criação familiar a lição de orientar os filhos dentro do caminho do bem.
Fico pensando nos órfãos, que foram criados só com as mães. Mulheres corajosas, educaram seus filhos sozinhas, trabalhando, estudando e orientando as crianças. Conheço várias figuras que desempenharam tal papel e se saíram bem. São mulheres fortes, determinadas e corajosas. Pensaram menos nelas mesmas, sempre voltadas para seu papel de pai e mãe.
Outras foram abandonadas pelos maridos e obrigadas a educar os filhos sozinhas. Dura missão, bem desempenhada!
Atualmente, existe o pai que cria os filhos sem as mães. É até mais difícil; não deixa de ser interessante. A mãe abandona a casa e o marido assume o duplo papel. Já vi casos muito bem sucedidos.
Um caso mais difícil é o de padrasto. Casa com uma mulher que já tem filhos. Deve amá-los como se filhos fossem. Nem sempre conseguem.
Conheci uma família, cuja mulher tinha dois filhos. O marido tinha três e o casal teve mais um. Todos foram criados com muito amor. O problema era conciliar os fins de semana, pois o casal não tinha folga. Chegaram à conclusão de que deveriam juntar os seis filhos num só fim de semana por mês. E deu tudo certo.
Há casos em que os filhos gostam mais dos padrastos, pois convivem mais com eles. Outros não se esquecem dos pais.
Enfim, a figura masculina é importante para os filhos. Na ausência dela, cabe à mãe substituí-la com a ajuda de Deus.
No meu caso, tive muita sorte com meu pai, o pai dos meus filhos e o resto da família. Sempre sonho com “o Velho Romariz” e me aconselho com ele.
Salve o Dia dos Pais!
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA