colunista

Elias Fragoso

Economista, foi prof. da UFAL, Católica/BSB, Cesmac, Araguaia/GYN e Secret. de Finanças, Planej. Urbano/MCZ e Planej. do M. da. Agricultura/DF e, organizador do livro Rasgando a Cortina de Silêncios.

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02/03/2025 - 06:00
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Os jornais noticiaram outra reunião do tal “comitê de monitoramento técnico de acompanhamento”. Um estranho nome para o que foi o megadesastre que a Braskem provocou em nossa cidade, até hoje impactada pelo maior crime ambiental em área urbana do planeta!

Como é o tal “comitê”, que tem até representante da empresa que destruiu 10% dos bairros de Maceió, mas não possui um único representante das vítimas. Ou dos conselhos de engenharia, arquitetura, geologia, ou técnicos de alta qualificação envolvidos com o tema desde o início como o cientista e ambientalista José Geraldo Marques ou o engenheiro Abel Galindo. Estranho, não é?

Por que a Defesa Civil de Maceió é o referencial técnico da “comissão” quando se sabe das estreitas ligações daquele órgão com a empresa agressora e por suas ações altamente questionáveis contra as vítimas? E cujo responsável foi repreendido nacionalmente na CPI da Braskem pelas inconsistências de suas respostas evasivas. Como acreditar em seus laudos?

Por que a Braskem faz parte da “comissão”, vez ser ela a agressora, a quem cabe cumprir o que for deliberado? Pode a sociedade acreditar nas boas intenções da notas oficiais emitidas a cada reunião se nada de relevante em prol da cidade ou das vítimas tem sido implementado, exceto ações e obras não discutidas com a comunidade e altamente criticadas pelos “beneficiários” ou descumpridas pela Braskem, como no caso da inclusão de novas áreas decididas pela comissão que a empresa não acatou e foi para a justiça?

Por que se insiste com as obras (sic) nos Flexais quando a população não mais aceita ali morar e laudos técnicos diversos apontam para a necessidade de remoção?

Quem está supervisionando os gastos que a Braskem diz estar fazendo com essas e outras obras inócuas para a cidade, vez que até hoje não se enfrentou os verdadeiros problemas gerados pelo desastre como o da infraestrutura urbana de Maceió?

A “comissão” deve explicações às vítimas e à sociedade alagoana.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do EXTRA


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